Depois do fiasco da Guerra das Malvinas (Falklands em inglês) em 1982, quando a Argentina tentou tomar as ilhas subitamente e sem explicações, a presidente Sra. Cristina Kirchner num arroubo portenho, tenta novamente criar um litígio internacional, como se já não bastasse a sua perseguição autoritária e sistemática à imprensa de seu país.
Mas a inesperada atitude da Pantera Roja, como um taxista se referiu à sua presidente quando passávamos pela Casa Rosada, sede do governo em Buenos Aires, parece ter muita semelhança com o passado, quando a Junta Militar que governava o país não sabia como resolver a crise econômica que o assolava, com uma inflação galopante de mais de 90%, recessão econômica, aumento da pobreza, entre outros. Nesse momento a Ditadura Militar teve uma ideia luminosa, para aumentar o patriotismo do povo e fazê-lo esquecer a fome lhe contorcia o estômago!
A fantasia que durou de abril a junho de 82 custou a vida de 649 soldados argentinos, 255 britânicos, 3 civis ilhéus e posteriormente a queda dos militares e um vexame internacional.
Há 14 anos a Shell descobriu reservas de petróleo nas ilhas, porém por razões econômicas sua exploração não foi adiante.
Com o preço do petróleo em alta, e as tendências políticas internacionais demonstrando que esse valor vai continuar, cinco empresas voltaram às ilhas decididas a explorarem uma das últimas fontes de combustível fóssil do mundo.
Em 2010 a perfuração foi retomada e a empresa Rockhopper confirmou reservas significativas no campo Sea Lion, ao norte das ilhas, e estima extrair 450 milhões de barris em 2016. Esse tesouro já supera todas as reservas da Grã-Bretanha, enquanto outras empresas continuam prospectando novas fontes.
O total estimado até agora é de 8,3 bilhões de barris, o que equivale a 180 bilhões de dólares.
Esses fatos irritaram muito o governo argentino, que em março iniciou um estardalhaço de ameaças na mídia internacional e prometeu medidas legais contra as empresas que exploram petróleo nas Malvinas, mas nenhuma das cinco possui subsidiárias em território argentino. E dai? O que fazer, além de dançar um tango espalhafatoso?
Segundo matéria publicada no estadão.com.br, onde entrevista Nigel Haywood representante do governo britânico nas Malvinas, a Argentina esta se prejudicando com políticas impensadas como o fechamento do espaço aéreo para voos destinados ou provenientes das Malvinas, e abriu a temporada de pesca da lula, com dois meses de antecedência para prejudicar o equilíbrio ecológico desse molusco na região, que representa atualmente 60% a 65% da pesca comercial nas ilhas.
Com a descoberta do petróleo, a Grã-Bretanha tem agora uma forte motivação financeira para se agarrar às ilhas, e qualquer neófito em diplomacia internacional sabe que uma situação como essa não se trata com a mesma malandragem e burlas do futebol, como aquele gol do Maradona, “com a mão”, contra a Inglaterra, na Copa do Mundo de 1986 e após, ter o descaramento de dizer que foi a mão de Deus!
A Sra. Kirchner deveria dar mais atenção à cena dantesca dos catadores e espalhadores de lixo, que se repete todas as noites na belíssima Buenos Aires, e que somente atesta a situação econômica de seu povo, do que manter as mesmas estratégias da extinta Ditadura Militar.
Muitas vezes uma galinha na premência de um perigo tenta algo inusitado, voar. E parece que nesses momentos de intensa emoção falta-lhe a tranquilidade de analisar mais detalhadamente as leis físicas que regem a natureza. E na medida em que não decola segue cada vez mais rapidamente à frente e, além de não atingir seu objetivo, ainda vai se chocando com obstáculos novos e inesperados. O resultado é desastroso!