A Sociedade Zoológica de Londres informou que 28% das espécies da fauna
marinha desapareceram entre 1995 e 2007, assim como 30% das aves marinhas.
As causas estão na pesca predatória e no clima. Já o governo da Alemanha
afirmou que os países do G-8, mais os BRICs, consomem 75% da biocapacidade
planetária e que dois terços dos ecossistemas estão em declínio, por causa
do uso excessivo. Quase 75% dos estoques pesqueiros já estão sobreexplorados
ou no limite. Está em risco a sobrevivência de 1 bilhão de pessoas que têm
no pescado sua fonte de proteínas. Só Japão, China e Índia subsidiariam mais
que o Brasil. Os programas nessa área têm sido criticados com freqüência por
muitos especialistas, que apontam, além de problemas como o da
sobreexploração nas águas territoriais brasileiras, questões relacionadas
com a sustentabilidade das aqüiculturas, já que na maior parte dos casos o
balanço energético é negativo, com mais alimentos consumidos do que
produzidos. Como entender, assim, programas que anunciam o objetivo de
duplicar, até triplicar a produção de pescado? Não bastassem todas essas
questões, a cada dia sobrevêm notícias de ameaças aos países-ilhas – como
Kiribati, Tuvalu e outros – com a subida do nível do mar. Hipóteses recentes
mostraram riscos também para áreas do litoral paulista e do fluminense. Por
isso tudo, em muitos lugares se tenta criar grandes áreas de reserva da
biodiversidade marinha – como em Madagáscar, na Indonésia e em ilhas do
Pacífico. O alarma é geral. A ponto de o presidente do IPCC e Prêmio Nobel
da Paz, Rajendra Pashauri, haver dito há poucos dias que “a Terra está em
movimento insustentável”. E que pode piorar, se o aumento previsto para o
consumo de energia nos países em desenvolvimento (mais 70% até 2030) não se
basear em fontes não poluentes, porque não se pode negar o direito a um
quarto da população mundial que não dispõe de energia elétrica”. O
raciocínio é perfeito. Mas as conseqüências devem ser terríveis.