A POLUIÇÃO DOS OCEANOS

Estudos feitos na Austrália apontam a hipótese de que os oceanos estão
aquecendo 50% mais do que se admitia – por causa do aumento da temperatura
global, que intensifica mudanças climáticas. E esse fator, aliado ao
derretimento de geleiras, pode vir a afetar ainda mais o nível de elevação das águas dos oceanos. Tanto mais preocupante quando se lembra que o último
inventário global de emissões de gases que intensificam o efeito estufa
acusou aumento de 3,1% em 2007. E uma das razões centrais está na China, já a maior emissora do mundo com 27% do total, ante 23% dos Estados Unidos, com
a previsão de que será ainda maior em 2010 por causa da maior fabricação de
cimento necessário para a reconstrução de regiões atingidas por “desastres
naturais”. As notícias sobre dramas no mar estão em toda parte, inclusive no
Brasil. Estado das Universidades Federais da Bahia e do Rio de Janeiro, no
Parque de Abrolhos, mostra que a principal espécie de coral ali pode perder
60% em meio século e desaparecer em um século. Seis tipos de doenças estão
atingindo os corais, decisivos para a maior biodiversidade marinha do
Atlântico Sul. Nos Estados Unidos, diz a Universidade da Virgínia que a
costa do Texas e da Louisiana se está transformando em “zona morta”,
principalmente por causa do nitrogênio das lavouras que ali chega levado
pelas águas e pelo ventos, aliado a esgotos humanos e óxido de nitrogênio
despejado pelas chuvas ácidas. Há não muito tempo, estudo do Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente concluiu que estão chegando ao mar, a
cada ano, por aqueles caminhos, 100 milhões de toneladas anuais de
nitrogênio, que favorecem a disseminação de algas e a perda da
biodiversidade. O problema não está só ali. Na China, 50% dos ecossistemas
costeiros praticamente desapareceram em meio século, sepultados por aterros.
E também naquelas latitudes é grave o problema no nitrogênio e do fósforo
que chegam às águas oceânicas. O WWF vem apontando que 200 mil quilômetros
quadrados do fundo do mar estão praticamente mortos (quatro vezes mais do
que no balanço anterior, há 13 anos) – por causa de pesticidas e
fertilizantes, pesca predatória, aquecimento das águas.