O esgotamento do Planeta Terra está chegando a seu limite. O atual consumo de recursos e serviços naturais é da ordem de 2,5 hectares por habitante/ano contra a disponibilidade de 1,8 hectares.
Os números remetem a absurdos como, por exemplo; Caso cada terráqueo consumisse o mesmo que os norte-americanos, precisaríamos imediatamente de 2,5 planetas iguais a Terra para suprir as necessidades e destinar os resíduos. Mesmo sem a analogia, isso demonstra que deve se agravar ainda mais a crise dos recursos hídricos, a desertificação, a perda da biodiversidade e as mudanças climáticas.
A alternativa seria a imediata criação e implantação de padrões compatíveis com a capacidade de reposição no planeta. Caso contrário, vamos seguir aumentando o número dos que passam fome no mundo, algo em torno de1 bilhão de pessoas segundo a ONU, dos que vivem abaixo da linha da pobreza, cerca de 3 bilhões de seres humanos, dos atingidos pelos desastres do clima que são centenas de milhões a cada ano.
Que conseqüências políticas e sociais se esperam se o caminho continuar sendo o excesso de consumo? O panorama energético brasileiro é confuso e problemático.
Desprezam-se os estudos científicos que indicam a possibilidade de forte economia no consumo de energia e redução de perdas – só se pensa em construir novas usinas hidrelétricas, nucleares ou explorar o pré sal. O programa de energias alternativas (solar, eólica) só dispõe de recursos mínimos. Não foram assumidos compromissos sérios na Convenção do Clima em Copenhague, só metas como as de redução do desmatamento na Amazônia, sem saber exatamente como fazê-lo, porque os recursos financeiros federais são mais que escassos e não há caminhos definidos no âmbito internacional para que outros países possam supri-los.
Não temos planejamento para a matriz de transportes, distribuição da água, recuperação das florestas. Nem programas ativos para a área de recursos serviços naturais. É um balanço amargo e inquietante, mas garanto que esse debate estará na pauta das discussões em 2013.