O retrocesso ambiental brasileiro é um fato. Depois da belíssima redação do artigo 225 da Constituição de 1988, a Eco-92 e a Ministra Marina Silva, “grife verde” a seduzir o mundo, retrocedemos até na principiologia. Não foi só a revogação do Código Florestal.
É o descaso em relação ao verde, pelo qual estamos pagando um preço caro e as próximas gerações continuarão e sofrer pela crescente crise hídrica. O discurso continua edificante. Para impressionar americanos, comprometeu-se a República tupiniquim a zerar o desmatamento ilegal até 2030. Como se daqui a 15 anos estivessem a sobrar espaços que não os desertos hoje constatáveis.
Mas mesmo essa promessa é incompleta. O Brasil só falou em Amazônia. Isso significa que os demais biomas estão fora da promessa. Podem continuar a ser devastados. Não aprendemos com os que já devastaram sua cobertura vegetal e agora lamentam a falta que ela faz. O povo americano, cujo governo nunca levou a sério as advertências dos ambientalistas, está agora constatando que as montanhas do Novo México só têm vegetação rasteira.
Os vastos pinheirais da espécie ponderosa desapareceram. Foram incêndios acidentais, causados por episódios banais, fogueira mal apagada em 1996, queda de árvore sobre cabos elétricos em 2011. Só que agora há um buraco imenso desprovido de árvores. Se os padrões históricos estivessem normais, os pinheiros já estariam liberando sementes e se iniciaria um novo ciclo de crescimento.
A má notícia é para todas as florestas do mundo. Um planeta com menos árvores é incapaz de combater a mudança climática, porque as árvores absorvem o dióxido de carbono da atmosfera. A temporada de incêndios de 2015 é a pior da história americana, pois já foram queimados mais de 32 mil quilômetros quadrados em todo o país.
Cada temporada de incêndio dura mais. Enquanto os incêndios superficiais eram naturalmente absorvidos, os de agora calcinam a terra e a tornam morta. Assim como estão os nossos córregos, enterrados e canalizados para dar lugar a asfalto. Respirar monóxido de carbono é melhor do que respirar o ar puro da floresta. É o que parece pensar o homem contemporâneo.