PARABÉNS PROFESSORES!

Quem não tem pelo menos um professor em sua história que marcou fortemente a
vida? Poderia citar vários que nortearam a minha, e são muitos. De qualquer
forma ainda não há muito a comemorar na educação. Apesar do Presidente Temer
propagar com otimismo a diferença que a reforma do ensino médio trará ao
País, e causar a impressão de que é uma das bases do enriquecimento de nosso
povo, tal enriquecimento será seletivo, ou seja, por aquela parcela de
população que teve a sorte de receber melhor formação escolar a se preparar
para o mercado de trabalho. A condenação à escuridão intelectual que estamos
impondo às crianças brasileiras, por falta de melhor escolarização, talvez
seja a mais cruel das penalidades, porque atinge não apenas elas próprias,
como também o País em que viverão quando se tornarem adultas. Nem o mais
desumano entre os códigos penais conseguiu a proeza de inserir em seu rol
este castigo. A ignorância, nada surpreendente, que o mundo exterior começa
a conhecer de nosso país deve ser motivo de vergonha para nós todos, mas,
especialmente, para os governantes, que se mostram preocupados em olhar mais
para o próprio umbigo do que para a nossa realidade, extasiados com eles
mesmos e propagando a toda hora, fundados em estatísticas bem manipuladas,
que Deus é brasileiro e o Brasil caminha às mil maravilhas. Numa visão das
mais forçadas, é reconhecer que o Brasil de hoje já é a clara conseqüência
do descaso com que foi tratada a educação desde há décadas. A coragem com
que a Coréia do Sul, destroçada por uma guerra, se dispõe a resolver o
problema – e o resolveu – deveria ser um exemplo para os nossos governantes.
É incrível que essa experiência fantástica, que em pouco tempo transformou
aquele país, antes tão atrasado como o nosso, em nova potência econômica do
mundo, não seja aproveitada no Brasil. Enfim, não pode estar bem um país
onde a grande maioria das pessoas vive na escuridão de conhecimentos,
prestando-se, sem ter consciência disso, a sufragar nas eleições políticos
que acabam disputando as manchetes com os piores criminosos. Cidadãos
instruídos não se deixam iludir por alguns trocados mensais que programas
populistas como o “Bolsa Família” distribui para anestesiar as consciências.
Hoje o Brasil não é o um País de todos como alardeiam, se tornará depois de
reformas sistemáticas provocadas pelas urnas.