No Natal vale reflexões, e na vida esperamos ser felizes. Há uma busca constante de fórmulas para prosperidade, tranqüilidade, prazer. Nesse ano dificilmente alguém teve tranqüilidade e felicidade plena. A seguir descreverei um texto de autor anônimo que demonstra a adversa relação da pressa e da paciência. ”Já vai para 18 anos que estou aqui na Suécia. Trabalhar com aqui é uma convivência, no mínimo, interessante. Qualquer projeto demora 2 anos para se concretizar, mesmo que a idéia seja brilhante e simples. É uma regra. Já nos processos globais; brasileiros, americanos, australianos e asiáticos ficam aflitos por resultados imediatos, uma ansiedade generalizada. Os suecos discutem, fazem reuniões e ponderações e trabalham num esquema bem mais lento. O “pior” é constatar que no final, acaba sempre dando certo no tempo deles com a maturidade da tecnologia e da necessidade; bem pouco se perde aqui. Para ter uma idéia, a empresa que trabalho é fabricante de motores propulsores para os foguetes da NASA. Entretanto, vale salientar que não conheço um povo que tenha mais cultura coletiva do que os suecos. Há um grande movimento na Europa hoje chamado Slow Food, (refeição lenta). O que o movimento Slow Food prega é que as pessoas devem comer e beber devagar, saboreando os alimentos, no convívio com a família, amigos, sem pressa e com qualidade. A idéia é a de se contrapor ao espírito do Fast Food (refeição rápida) e o que ele representa como estilo de vida em que o americano “deusificou”. Os trabalhadores franceses, embora trabalhem 35 horas por semana são mais produtivos que seus colegas americanos ou ingleses. E os alemães, que trabalham 28,8 horas por semana, viram sua produtividade crescer nada menos que 20%. Essa chamada “slow atitude” (atitudes lentas) está chamando a atenção até dos americanos, apologistas do “Fast” (rápido) e do “Do it now” (faça já). Significa retomar os valores da família, dos amigos, do tempo livre, do lazer, das pequenas comunidades, do “local”, presente e concreto em contraposição ao “global” – indefinido e anônimo. Significa a retomada dos valores essenciais do ser humano, dos pequenos prazeres do cotidiano, da simplicidade de viver e conviver e até da religião e da fé …” Tudo isso faz sentido. Quem sabe em 2017. Desejo a todos um feliz Natal! * Carlos Henrique Pellegrini é professor universitário e Diretor de Gestão Empresarial e Sucessão Familiar da Maxirecur Consulting, pellegrini@maxirecur.com.br , visitem www.maxirecur.com.br