A AGENDA ESG – PRÁTICAS AMBIENTAIS SUSTENTÁVEIS; SOCIAIS E DE GOVERNANÇA

O mundo já experimentou muitas etapas de “novas ordens econômicas mundiais”, ao longo dos séculos.

Para não nos distanciarmos muito, no século passado, por exemplo, para mitigar os efeitos perversos da grande depressão de 1929/1930, quando ainda o mundo reverenciava o “liberalismo econômico”, do “Laissez-Faire” de Adam Smith, John Maynard Keynes introduziu uma “ideia-central” em que o “Estado” deveria intervir na atividade econômica, como protagonista, e investir fortemente em infraestrutura, de forma a retomar o ritmo da atividade econômica; gerar empregos; renda e, em decorrência, sair da depressão e voltar ao crescimento econômico mundial – uma nova ordem econômica.

Ao término da segunda guerra mundial, o bloco dos países desenvolvidos: Estados Unidos, Japão e Europa, se encontravam desestruturados, pelo “grande esforço de guerra “ e o desmonte dos instrumentais básicos de suas economias, além da desorganização unilateral na utilização dos seus fatores de produção.

Da crise, emergiu uma “nova ordem econômica mundial”: rearticular os negócios internacionais; recuperar a economia mundial a partir da reestruração da infraestrutura dos países e do sistema financeiro mundial. Assim, em 1944, em Bretton-Woods (USA), cerca de 44 países criaram o FMI – Fundo Monetário Internacional e o BIRD – Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento – Banco Mundial. Em 1947 foi criado o BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Outras crises surgiram, como a do petróleo em 1973/74, decorrente da guerra entre árabes e judeus e a escassez de petróleo no ocidente. Além dessas e outras, o mundo sempre encontrou e sempre encontrará soluções para as crises e ou grandes dificuldades e desafios mundiais.

Até aqui, abordamos dificuldades enfrentadas pelos países e as respectivas alternativas de soluções desenvolvidas no mundo corporativo. A dinâmica do mercado competitivo internacional, a elevada velocidade das inovações, induziu, de forma permanente, a necessidade de ajustamentos nas organizações, com dinâmicas implicações em seus modelos de gestão; em suas estruturas funcionais; em seus padrões

tecnológicos; em suas práticas comerciais e em seus relacionamentos com os “Stakhouders” – clientes, fornecedores, instituições financeiras e setor público, enfim, com o “mercado”.

Todos os problemas e crises enfrentados pelo mundo, foram, naturalmente, também enfrentados pelas corporações empresariais, em suas respectivas competências.

O fenômeno de empreender e ter sucesso, leva sempre a um processo de inovação e aperfeiçoamentos contínuos nas estruturas operacionais das empresas, que tem sempre presente o corolário da acirrada competitividade interna e internacional.

Essa realidade produziu a Revolução Comercial, do século Revolução XVI; a Revolução Industrial, dos séculos XVII e XVIII, e, recentemente, as práticas de políticas de “Qualidade Total” e todas as ISOs, embarcando na 4ª Revolução Industrial, com a tecnologia 4.G e, agora, na 5ª Revolução Industrial, com a tecnologia 5.G.

Um novo e mais complexo desafio vem sendo disseminado no ambiente corporativo em todo o mundo e em grande velocidade. Trata-se de três letras a Agenda “ESG”, que identificam práticas ambientais sustentáveis; sociais e de governança eficiente e transparente, que estão transformando o mundo dos negócios; indicando novos caminhos e ações que possibilitem, inclusive, como obter lucro.

Embora estejamos ainda no início do século 21, a Agenda “ESG” já está se materializando de forma impositiva no “mercado” e sua prática será como um divisor de águas nas cadeias de valores e nas relações intercompanhias. Será, de forma impositiva, um pré-requisito para que as atuais relações comerciais sejam mantidas.

Há, efetivamente, uma dificuldade das empresas brasileiras quanto ao entendimento e como atender a esse novo conceito.

Diferentemente das políticas de “Qualidade Total” e as “ISOs”, que tem normas, conceitos e procedimentos a serem seguidos e que são avaliados pelas “Empresas Certificadoras”, a Agenda “ESG” representa, em princípio, “um norte” estrutural a ser perseguido e praticado pelas organizações e, esse “princípio/norte” não é padrão para todas as empresas, ao contrário, será preciso estudar cada unidade produtiva, com a sua estrutura; seus insumos; seus produtos; seus fornecedores e

clientes; o espaço geográfico em que opera, para planejar estrategicamente seu posicionamento no mercado e as práticas de gestão da Agenda “ESG”.

Messias Mercadante de Castro é professor de economia na faculdade Unianchieta e consultor de empresa.