E AGORA PRESIDENTE?

Até agora me parece que com o impeachment trocamos “seis por meia dúzia” ao
tirar Dilma Rousseff (PT) para colocar Michel Temer (PMDB). Refletindo, o
que queriam a classe operária, os trabalhadores e a população? A saída de
Dilma ou que o Brasil mudasse? O impeachment foi importante, mas representou
também a posse de seu vice, Michel Temer, que além de ser um dos
responsáveis pelo estelionato eleitoral dado pelo Partido dos Trabalhadores,
hoje enfrenta o rechaço da população. Vejamos; depois de revelar que serviu
de “mula” para intermediar a entrega de um “pacote” em nome do ministro da
Casa Civil, Eliseu Padilha, o advogado José Yunes afirmou que Padilha
precisa depor aos investigadores da Operação Lava Jato para esclarecer o
episódio. Yunes, no entanto, descartou que isso seja motivo para o
afastamento do titular da Casa Civil. “Ele tem que ser ouvido. Você não pode
ficar se escondendo atrás da notícia porque isso gera muita especulação”,
disse Yunes ao Jornal Estado de São Paulo. Amigo e ex-assessor especial do
presidente Michel Temer, Yunes disse que atuou como “mula involuntária” de
Padilha ao receber um “envelope” do operador financeiro Lúcio Funaro. No
fim do ano passado, Yunes prestou depoimento à Procuradoria-Geral da
República para apresentar sua versão sobre as afirmações do ex-executivo da
Odebrecht Claudio Melo Filho, que, em delação premiada, afirmou ter recebido
o endereço de seu escritório como indicação para a entrega de R$ 1 milhão. O
valor seria, segundo Melo, parte da propina de R$ 10 milhões a ser repassada
da construtora para o PMDB durante a campanha de 2014. E agora presidente?
Muitas manchetes terríveis circundando a chapa vitoriosa que construiu
parte da história maldita dos últimos 13 anos, a qual Temer participou em
grande parte. Esperamos muito mais do mandatário. Menciona que faz um
governo reformista, mas deve começar por si mesmo, pelas parcerias,
práticas. A esperança de mudança, o novo Brasil vem da Operação Lava Jato,
e nada a deterá, mas precisamos de mais. Precisamos da volta dos quase 13
milhões de empregos exterminados pelos criminosos que controlaram o Brasil
nos últimos treze anos, precisamos da dignidade roubada. Queremos resgatar o
reconhecimento internacional que fez do Brasil uma nação emergente,
respeitada pela sua versatilidade, capacidade de se reinventar, precisamos
de retidão e de uma nova política.