Ainda sobre a crise europeia

A Espanha entrou oficialmente em recessão pelos dados divulgados hoje, referentes ao primeiro trimestre deste ano, com uma queda de 0,3% de seu Produto Interno Bruto (PIB). A recessão é oficialmente caracterizada quando o país apresenta retração econômica por dois trimestres consecutivos.

A situação espanhola é preocupante, pois representa a quarta economia da União Europeia (EU), e juntamente com a Grécia, Portugal, Irlanda e Itália, constituem uma grande ameaça ao bloco.

O governo espanhol luta já há algum tempo, para reduzir o déficit público e tem sido obrigado a tomar várias medidas impopulares de austeridade, consonante às normas da EU.

No entanto, tais fatos podem ser justificados pela queda do consumo interno, muito bem explicado pela taxa de desemprego de 24%, a maior que o país conheceu, e acresça-se ainda as exportações e o turismo que não reagiram, e a construção civil que se mantém praticamente estagnada.

Enquanto isso, Portugal permanece em recessão pelo quinto trimestre consecutivo e sua economia apresentou um recuo de 2,2% do PIB no primeiro trimestre desse ano, em relação ao mesmo período do ano passado.

Segundo os dados divulgados pelo Gabinete de Estatísticas da União Europeia (Eurostat), Portugal registrou o segundo pior comportamento da economia da UE, superado apenas pela Grécia, que registrou queda de 6,2% do PIB.

A EU luta desde o início da crise em 2008, para se manter viável e interessante para seus membros. Porém o conglomerado inflou subtamente para 27 paises, trazendo para dentro do bloco muitos fatores positivos economicamente, principalmente para os líderes, Alemanha e França, mas como não poderia deixar de ser, levaram também para dentro da grande família, fragilidades e particularidades socioculturais de cada um.

Se num primeiro momento os líderes maiores da UE “comeram o filé” e pelo que se assistiu, também os membros menores se fartaram dele por um período mais estreito, agora chegou a hora de “roer o osso”, ou pagar a fatura, o que está sendo refugado pelos que mais ganharam.

As raizes do problema se encontram em um passado mais distante do que se imagina, ainda sob a presidencia do italiano Romano Prodi, quando em alguns acessos megalomanícos, que não foram poucos, diminuiram nitidamente os critérios importantes e rigorosos para a admissão ao time, e se imaginou precocemente a UE como a candidata à maior potência econômica mundial “de fato”, num prazo compatível apenas com a imaginação pueril.

Fonte: tipnews.info