O que esperar da reunião de cúpula do G-8

Começa hoje, sábado, em Camp David, Maryland, EUA mais um encontro entre os líderes das oito maiores potências mundiais: Estados Unidos, Rússia, Alemanha, Japão, Grã-Bretanha, França, Canadá e Itália.

Ontem Obama recebeu seus colegas em alto estilo e demonstrando grande otimismo, mas durante o jantar não foi bem isso que manifestaram em suas conversas e em seus semblantes, como destaca a Agencia France Presse (AFP).

Todos sabem que o principal tema é a crise econômica da União Europeia (EU) que está prestes a piorar com a saída da Grécia do bloco, e o risco desse fato inédito se tornar uma reação em cadeia, e também as situações da Espanha, Portugal, Irlanda e Itália, que apesar de não estarem na mesma condição desesperadora, também não conseguem encontrar a porta de saída do labirinto em que se meteram.

Para Obama o encontro tem ainda um caráter particular, não obstante o risco da situação da Europa repercutir perigosamente na débil recuperação econômica dos Estados Unidos, ainda lhe possibilita auferir dividendos políticos, em plena campanha eleitoral, como o domador oficial do gatinho François Hollande e enquadrá-lo de volta à jaula da UE e aos princípios de austeridade, os quais durante sua recente campanha, o vencedor das eleições francesas rugiu como um tigre raivoso.

Os discursos sobre austeridade, controle fiscal e retomada do crescimento europeu qualquer criança sabe de antemão que vão se repetir à exaustão. A questão é saber se o contraditório, ou seja, o limiar de sacrifício de cada país, com seus demais problemas e características particulares vão ser avaliados com a devida atenção.

Outros itens do cardápio, que não será a la carte, serão a situação da Síria e o destino de Bashar al-Assad, que não obstante as 12.000 vidas sacrificadas ao capricho de um ditador seguramente sem futuro, ainda conta com a obstrução da Rússia para uma solução definitiva.

De resto serão tratados ainda outros pontos para “cumprir tabela”, ou seja, pouca coisa objetiva poderá ser feita na cúpula, a não ser promessas, mas que na realidade a solução estará em manobras e acordos paralelos e sigilosos, quando for o caso.

São eles: o programa nuclear do Irã, a paranoia coletiva da Coréia do Norte que pretende lançar um novo teste nuclear, depois do fiasco do primeiro, e a República Islâmica de Bagdá prevista para o final do mês.

E por fim, Obama não perderá a oportunidade de arrancar mais alguns trocados eleitoreiros, frente à opinião pública, ao tratar da questão de Myanmar, depois que os EUA afrouxaram as restrições de investimentos na quinta-feira.

Fonte: tipnews.info

1 comentário

  1. armando morelli

    Alguém precisa avisá-los que ficar sem a Guiness, tudo bem, eis que sempre haverá o ‘Brahma Black’…
    Mas bacalhoada de tilápia sem Kalamata, figo de Valinhos sem o prosciutto di Parma e melão Rei sem o jamon iberico não dá!
    Tomara que, assim aterrorizados, encontrem a fórmula pro retorno da prosperidade. Se não, será a volta compulsória à vida simples do pão e do vinho, se bem que em alguns desses países não me parece tão ruim assim…

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