O cenário nacional nunca esteve tão assustador.
Pelo menos para aqueles da minha geração que viveram tempos de alternância de governos egolátricos e democráticos, líderes libertinos e libertadores, vacas gordas e vacas magras…
A imprensa, um dia formadora de opinião e de participação patriótica – tão cúmplice dos que liam os jornais – hoje se mancomuna com os que ditam, pelo patrocínio, a informação, de acordo com a melhor oferta financeira e no melhor estilo cênico e cínico da televisão.
Os maus brasileiros – assim como os maus chineses, os maus colombianos, os maus chechenos e quaisquer outros humanos desalmados, mal-formados, mal-nascidos e impolidos pela vida no abandono ou pela genética piedosa – se infiltram e se alastram como metástese no tecido social, fazendo dos seus paisanos de boa fé meros fantoches, como se aqueles já não fossem, muitas vezes, simples dublês de outros malandros mais talentosos.
A marginalidade, inspirada pela oportunidade e encorajada pelo político pernicioso, pratica descaradamente o abuso de vulnerável, como se fez com os indígenas e ainda se faz com as crianças e com os milhões de adultos a quem se vetou o crescimento do cérebro e do discernimento.
Em dinâmica social, massa crítica é a crença de um grupo em relação a um determinado ponto de vista, imprescindível e suficiente para, qualitativa e quantitativamente, definir e sustentar uma ação, relação ou comportamento.
Pelo que se tem visto, a massa crítica da sociedade brasileira perdeu o ponto…
E fé apenas não adianta, porque o mau sujeito arruína até romaria pra Pirapora!
É necessário, sim, usar a Polícia como exército e o Exército como polícia, como se faz nos países desenvolvidos – e até cachorro ajuda – porque é assim que se previne o desastre e é assim que se remedeia o abuso.
Se de um lado não há bolsa que compense a honestidade quando o crime impune paga mais, de outro é preciso separar o joio do trigo, se almejamos ser boa farinha do mesmo saco.
Reclama-se da “volta da ditadura” como saqueadores, incendiários e linchadores reclamam da chegada dos homens da lei.
Passou dos limites a tolerância e a passividade!
Chegou a hora da autoavaliação e da escolha da cidadania que queremos.
Afinal de contas, ninguém pleiteia – livre e em sã consciência – a “volta” dos problemas que nunca se foram, mas a paz e a prosperidade brasileira que um dia houve, independentemente de ser garantida aos cidadãos do bem pela gandola ou pelo blazer…