Bombas de Boston

Sempre abominável pela decência humana que ainda resta em qualquer credo ou rincão, o terrorismo, como aquele vírus em constante mutação que ludibria o anticorpo – ou qualquer firewall que a inteligência do bem possa criar – ainda vinga e continua vitimando inocentes…

O atentado terrorista ocorrido no último dia quinze em Boston, MS, matou as jovens Krystle Campbell, de 29 anos, e Lu Lingzi, de 23, e eliminou da face da terra o frágil menino Martin Richard, de apenas 8 anos, além de deixar mais de duzentos feridos, muitos deles irreversivelmente.

Entre eles, a professora de dança Adrianne Haslet-Davis, de 32 anos, de quem, ironicamente, uma das explosões destruiu o pé esquerdo, amputado na altura da canela.

Pela repercussão que sói acontecer nesses ataques pirotécnicos e covardes, vitimou também toda a mídia americana, que, na ânsia de estar à frente da concorrência – que nestes dias inclui twitterers e facebookers – protagonizou um espetáculo de desinformação exclusiva sem precedentes.

Repórteres de reputação ilibada se obrigaram, sem graça e sem jeito, a se desmentirem, interminavelmente, diante das câmeras e de milhões de ávidos e atentos observadores.

Por ter sido perpetrado por estrangeiros legalizados, prejudicou – como se não bastasse a atmosfera inóspita reinante na antes tão acolhedora América! – os imigrantes legais que, por não terem nada a esconder, se expõem mais e, portanto, são as vítimas mais fáceis dos agentes de segurança cada vez mais inseguros…

Acima de tudo, a tragédia questiona – de novo! – a eficácia da estrutura antiterrorista existente, representada principalmente pelo FBI, que – supõe o bom senso! – deveria estar em constante aprimoramento diante dos casos reais exaustivamente analisados.

Por que não se foi capaz de prevenir esse ataque de certa forma desastrado dos irmãos chechênios?

A mãe dos terroristas, que voltou pra Rússia, é aqui acusada de ladra de loja, crime passível de decepamento das mãos segundo a religião que parece venerar…

Os russos já haviam alertado o Federal Bureau of Investigation sobre o extremismo da mãe e a periculosidade do filho mais velho, e estes chegaram a ser interrogados pelos agentes.

Contudo, preferiu-se contrariar os camaradas cossacos a anuir às evidências…

Quanto ao ataque em si, houve uma série de falhas e de circunstâncias desfavoráveis aos criminosos, sem o que os agentes da lei do Tio Sam provavelmente ainda estariam consultando os atores do CSI Miami pra ajudar a desvendar o caso:

–      Os suspeitos circularam juntos por toda a área onde ocorria a concentração da plateia sem nenhuma preocupação de serem notados ou identificados, haja vista o boné branco com a aba para trás usado pelo mais novo, salientando ainda mais o rosto totalmente exposto, e a mochila do mais velho, imensa e visivelmente pesada…

–      Sequestraram um segundo carro, aparentemente sem necessidade, e             permitiram depois, num momento de distração inexplicável, que o motorista fugisse, deixando o celular reastreável no veículo, e informasse aos policiais o ocorrido…

–      Por fim, a captura do criminoso mais novo – que sobreviveu ao intenso tiroteio onde morreu seu irmão, e conseguiu fugir do cerco policial se escondendo num barco em um quintal qualquer – só foi possível porque alguém alcaguetou no esconde-esconde monitorado por helicópteros equipados com câmeras termais…

A partir daí, ficou fácil correr pro abraço!

Eu, se fosse aquela bailarina, exigiria do FBI que me desse um pé biônico, já que não conseguiu impedir que me arrancassem o original…