Apesar de diária e intensamente divulgada pelos veículos de imprensa em todo país, a nova sensação que reabre a temporada de escândalos de nosso Congresso Nacional é a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), com o objetivo de investigar as contravenções do Sr. Carlos Augusto Ramos, também conhecido pelos mais íntimos como Carlinhos Cachoeira.
Fato interessante é que não se tem conhecimento da origem de seu pseudônimo, talvez algo ingênuo tão comum na infância ou juventude, talvez pelas orgias e folguedos com o dinheiro do povo brasileiro, tanto das esferas pública como privada, ou talvez ainda, por seu imenso desprendimento e sociabilidade grupal, acrescida de um extremo altruísmo em relação a si próprio.
Pelos noticiários até hoje, Cachoeira parece não guardar relação com sinônimos ou conceitos afins de “vasão líquida”, usados para desvelar e identificar ao mesmo tempo, as festividades e benesses com o dinheiro público em algazarras de outrora, como Valérioduto e Propinoduto. Em boa hora, a vasão de um ducto, hidraulicamente falando, é milhões ou bilhões de vezes menor que o de uma cachoeira. Tal grandeza em relação à vasão, parece também ser mera coincidência na parceria com o superlativo Demóstenes, o maior dos oradores gregos (384-322 a.C.).
Quando o presidente da Câmara Federal Marco Maia, durante o Fórum de Comandatuba (BA) revelou sua preocupação com o andamento do processo e que a seu ver a CPMI “será explosiva”, nada manifestou de profético, pois tal foi a disseminação da bactéria Corruptia sp no Parlamento, e a falta do uso de antibiótico adequando, leia-se impunidade, nada garante que não estejamos prestes ao choque séptico.
A presidente Dilma Rousseff, ciente do que assumiu e herdou, preocupou-se primeiramente com a governabilidade e demonstrou autoconfiança na sua maneira discreta, mas inquebrantável de governar; foram 7 ministros que perderam seus cargos, por sinais & indícios de corrupção, em 15 meses de governo. Não obstante ter de enfrentar a saia justa causada pelo ex-presidente Lula, que incentivou a criação da CPI do Cachoeira, frontalmente contra os cautelosos objetivos da administração da presidente.
Fica evidente para o cidadão comum, que acompanha o noticiário político, que a nossa presidente possui seu estilo próprio de governar, considerando a determinação com que enfrentou os obstáculos pretéritos em sua vida, e a discrição é sua marca registrada.
Podemos aventar pelos fatos que uma dedetização nos mais recônditos criadouros da bactéria Corruptia sp em Brasília não está fora de seus planos, porém com inteligência e sem negligenciar a destreza, para não produzir o efeito contrário, e disseminar ainda mais o germe dessa Dengue transmutada do senso moral brasileiro.
A profilaxia que lançou na economia, sem grandes alardes, já mostrou resultados imediatos, principalmente no que tange aos juros e spreads bancários.
No momento que Carlinhos Cachoeira leu a lista dos componentes da CPMI disparou uma tremenda gargalhada. Mau agouro.
Não importa que a CPI do Cachoeira se transforme na cachoeira da CPI, disputando com as Cataratas de Iguaçu ou Niagara Falls, jorrando o líquido mais abjeto e sórdido da política nacional.
O mais importante nesse momento é que a imprensa, sustentáculo maior de nossa democracia, esteja atenta, informe e denuncie, e seja uma referência para o povo brasileiro impedir que impere, mais uma vez, as artimanhas para a impunidade.