O cidadão desempregado e a metodologia empregada…

O US Department of Labor/Bureau of Labor Statistics informa, nas tabelas de seu site (www.bls.gov) que, em julho de 2012:

  1. A população civil não-institucional americana é de 243,3 milhões de cidadãos;
  2. A força de trabalho civil é de 155 milhões;
  3. Os empregados são 142,2 milhões, sendo 27,1 milhões de part-times (19%);
  4. E os desempregados somam 12,8 milhões – 8,3% da força de trabalho – sendo que 6,5 milhões deles procuraram emprego no mês.

A chamada população civil não-institucional é composta de pessoas que não estão em alguma instituição (penal, para doentes mentais ou asilo), bem como as que estão fora do serviço ativo das forças armadas.

A tal força de trabalho civil é formada por pessoas a partir dos 16 anos de idade, trabalhadores e desempregados (item 3 + item 4 acima), e exclui aposentados, estudantes, os que cuidam da casa ou da família, ou quaisquer outros que não têm – e nem procuram – emprego, e, como o nome diz, também não inclui ninguém das forças armadas.

Ao mesmo tempo, considera-se oficialmente abaixo da linha de pobreza os indivíduos que têm renda anual abaixo de 11.000 dólares ou famílias de quatro pessoas com renda inferior a 23.000 dólares anuais, em valores de 2012.

Reporta-se que 15% dos americanos se enquadram nessa classe, ou seja, mais de 45 milhões de pessoas, ou pouco mais do que o quantum de cidadãos que o governo petista declarou ter colocado na classe média tupiniquim.

Assim, de tais números se depreende, dentre outras conclusões de circunstancial importância, que, além dos quase 13 milhões de desempregados, se paga muito mal àqueles que têm emprego, que ficam obrigados a sustentar os demais que compõem a massa de 314,1599 milhões (ou pi x 100.000.000) de sobrinhos do Tio Sam…

Agora, o Brasil, no portal do Ministério do Trabalho e Emprego (www.mte.gov.br), via IBGE (www.ibge.gov.br), revela que só faz tais pesquisas nas seis principais regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, e apresenta em maio de 2012:

  1. População em Idade Ativa (PIA): 42,4 milhões;
  2. População Economicamente Ativa (PEA): 24,4 milhões;
  3. Pessoas Ocupadas (PO): 23,0 milhões;
  4. E Pessoas Desocupadas (PD): 1,4 milhões (item 2 menos item 3 acima), representando 5.7% da força de trabalho (PEA), nas regiões pesquisadas.

Quanto à linha de pobreza – ou esclarecimentos sobre a velha ou a nova classe média brasileira – não consegui encontrar nada nesses tais portais

Isto posto, além da aparente diferença de abrangência geográfica, e da falta de uma simples e direta exibição dos números nacionais no portal – que ficam à mercê de mais pesquisas e de regras de três que o consultante se disponha a fazer – a metodologia utilizada diverge de forma decisiva daquela adotada pelos colegas do norte, eis que o IBGE, por exemplo, coloca os militares, inclusive os que prestam o serviço obrigatório, e os clérigos de quaisquer crenças e credos, na mesma panela do PEA.

E mantém de fora, em similaridade com o método gringo, os aposentados, os estudantes, os que cuidam da casa ou da família, ou quaisquer outros que não têm – e nem procuram – emprego,

Mas o que mais me impressionou mesmo não foi nenhum número; foi idade…

E a desfaçatez de um Instituto Brasileiro – seja de geografia, estatística ou o escambau! – de juntar nesse caldeirão de guisado, como se fosse tempero pra melhorar o sabor das taxas, as crianças a partir dos 10 anos de idade, e de o fazer porque tal grupo compreende o potencial de mão-de-obra com que pode contar o setor produtivo, isto é, a população ocupada e a população desocupada…

Está lá no tal portal, na definição de PEA!

Por que não colocamos essas crianças na escola – pelo menos até chegarem aos 16 anos, como fazem os gringos –  e as chamamos de PTI (População Temporariamente Incapacitada), pra que não interfiram nos indices, e pronto?!?