O ano próximo apresentará um quadro preocupante para a economia brasileira. 2014 foi o ano da Copa, era preciso acenar com o Brasil Maravilha para elevar a autoestima doméstica e propiciar um bom espetáculo aos estrangeiros. Encerrado o festival – e tudo funcionou adequadamente – vieram as eleições e agora chegou a hora da verdade.
Tudo indica uma estagnação da atividade econômica, uma recessão, um crescimento quase negativo do PIB. Entretanto, é preciso reagir. Passos importantes foram dados para a inclusão financeira de nacionais que eram praticamente invisíveis, integrando a economia informal. Agora é preciso consolidar a inclusão desses 40 milhões de usuários do sistema. Qualificar os serviços. Ampliar o leque de funcionalidades. Treinar para uma educação financeira responsável, pois o incluído nem sempre atua com sensatez e se endivida, aumentando a inadimplência e gerando crise interna e externa.
As PPPs, Parcerias Público-Privadas devem ser estimuladas. O Estado não tem recursos financeiros para atender a todas as demandas. Aqueles empresários que sobreviveram à exagerada volúpia e ao excessivo apetite da voragem fiscal devem colaborar para incrementar as atividades lucrativas. As pequenas e médias empresas devem ser estimuladas, para que persistam na geração de empregos e passem a integrar o mercado formal.
O crescimento brasileiro há de ser sustentável. Como diz IVES GANDRA, o Estado não cabe no PIB. Temos uma inflação acima do desejável e nada indica próxima queda de seus índices. Impõe-se um realinhamento de preços e de tarifas. O Estado precisa ser mais responsável e gastar menos. Todos os gastos devem ser redimensionados e o enxugamento não pode ser descartado. Um bom início seria acabar com a propaganda institucional, quase sempre a disfarçar um personalismo que é nefasto. Seja porque exaure o Tesouro com investimentos em publicidade eleiçoeira, seja em virtude de disseminar um hábito que em nada contribui para o aperfeiçoamento da Democracia tupiniquim.
Na verdade, 2015 será um ano difícil. É melhor que nos preparemos. Quem continuar como avestruz ou fazendo o jogo de Polyana, vai se assustar com o quadro que se avizinha.