É O FIM DO MUNDO

O mundo vai acabar ou estamos acabando com o mundo? Por mais que
os acontecimentos e a ciência recomendem prudência nas políticas em torno do
mundo, diante das evidências das mudanças climáticas em toda parte, que
impõem transformações drásticas nas matrizes energéticas – de modo a reduzir
a emissão de gases poluentes na atmosfera, as políticas e a economia
continua a manter o petróleo e o carvão como principais fontes de energia,
uma rota de fuga em direção a tecnologias temerárias e formatos
insustentáveis, como a energia nuclear. Muitos cientistas continuam a
advertir quanto aos riscos da tecnologia de seqüestrar e sepultar dióxido de
carbono no subsolo ou no fundo do mar, mas Estados Unidos, Japão, Austrália,
Grã-Bretanha e China, continuam a investir nessa possibilidade.
Grã-Bretanha, que já tem 20% de energia nuclear em sua matriz energética,
vai construir novas usinas. A Rússia, que já usa perto de 17% de energia
nuclear, começa a construir até uma usina nuclear flutuante. Os Estados
Unidos, que têm 103 usinas nucleares em atividade, implantarão de 12 a 15
outras até 2017. No mundo todo, existem 441 reatores nucleares em 31 países
que respondem por 17% da energia total da Terra. Há hoje outras 32 usinas
nucleares em implantação, principalmente na China e na Índia. Nem os vinte e
seis anos da explosão do reator nuclear de Chernobyle e os dois anos da
catástrofe da usina nuclear de Fukushima no Japão com suas terríveis
consequências, foram capazes de mudar essa realidade. Está provado que a
energia nuclear é mais cara que todas outras formas de energia. Nos Estados
Unidos, a Academia Nacional de Ciências mostrou que serão necessários 55 mil
caminhões ou 9.600 comboios ferroviários para transportar até Yucca Mountain
(onde se tenta implantar um depósito) o lixo radioativo já acumulado nas
usinas. No Brasil, mesmo o lixo de Angra 1, 2 e 3 sem destinação, continua
se acumulando nas usinas. Por outro ângulo, começam a aparecer estudos que
mostram a possibilidade de mudanças climáticas afetarem a freqüência de
terremotos, erupções vulcânicas e fortes deslizamentos no fundo do oceano.
Estudos da Ohio State University acentuam a possibilidade de redução da
disponibilidade da água, com o derretimento de geleiras nos Andes e no
Himalaia, principalmente. Enquanto não se encontra o rumo, a previsão é de
que o consumo mundial de energia cresça 71% até 2030. Com isso as emissões
de gases passarão das atuais 25 bilhões de toneladas para 43,7 bilhões,
metade do crescimento do consumo de energia ocorrerá nos Estados Unidos, na
China e na Índia.