EUA: diversão, casa, comida e roupa lavada

A notícia a respeito do provável uso de armas químicas – fala-se no gás Sarin, que paraliza e interrompe o movimento de contração e relaxamento sincronizado do pulmão, músculos intercostais e diafragma, matando por asfixia – pelas forças do governo sírio, associado à matança indiscriminada de rebeldes e parentes colaterais, intensificou a mobilização de navios de guerra da marinha americana nesta semana no Mediterrâneo, na manjada manobra de pressão psicológica, inócua para aqueles que estão tentando desviar das balas ou respirar…

Entrementes, ali na terra, enquanto o ministro Joaquim Barbosa diz ao New York Times que não é candidato a nada, eis que é admirado só porque fala – do francês ao finlandês, passando pelo inglês e alemão, como se latim já não bastasse nos tribunais! – sem subterfúgios, os brasileiros gastaram mais de 2 bilhões de dólares em viagens ao exterior no mês de julho, insensíveis à alta de 4,17% no custo das doletas do Tio Sam.

Com esse aporte, o montante da dívida externa – instrumento de ascensão da incompetência ufana e maledicente que vigora e queda generalizada da decência – chegou a 9 bilhões de dólares no mês, montando a mais de 52 bilhões de dólares no acumulado do ano.

Tais números são, aproximadamente, o dobro dos havidos nos mesmos períodos do ano anterior.

Assim, enquanto o Brasil exporta dinheiro, percebe-se que há uma relação direta de causa e efeito no aumento da conta tupiniquim e na recuperação do mercado da taba pele-vermelha, especialmente a floridiana…

O mercado imobiliário da Flórida tem se recuperado graças aos mais de 50 bilhões de dólares gastos em mais de 250.000 propriedades compradas por estrangeiros desde 2009, incluindo Sua Excelência, o presidente do STF.

O estado representa, sozinho, quase um quarto das vendas internacionais dos imóveis americanos, seguido pela Califórnia (17%), Arizona e Texas (empatados com 9%).

Considerando o total de proprietários com sotaque estrangeiro, os canadenses são os maiores clientes (com 39% das compras), acompanhados de perto pelos sul-americanos (29%), europeus (23%), asiáticos (6%) e compradores da África e Oriente Médio, que representam, juntos, 4% das aquisições.

Particularmente na Flórida, os empreendedores imobiliários se especializaram na construção de condomínios com casas e/ou apartamentos confortáveis, completamente equipados (com ar condicionado central, fogão, máquinas de lavar, secadora, utensílios de cozinha, roupas de cama, mesa e banho, TV na sala e nos quartos, housekeeper, etc, etc), notadamente em Miami e ao redor de Orlando/Disneyworld, que se tornaram best-sellers.

Os brasileiros abastados, aproveitando-se do melhor preço relativo e dos juros desprezíveis, compram compulsivamente, apelando ao santo que mantenha as moedas estáveis.

A turma dos sacoleiros aluga e superlota o condo, divertindo-se nos parques ou fazendo compras – que dão um jeito de manter no nada a declarar – cozinhando e lavando a roupa suja em casa.

E o resto da galera se distrai assistindo a tudo isso contado na televisão, como se fosse uma daquelas fascinantes novelas da Globo…