EM FIM, O PAPA É POP

A renúncia do Papa Bento XVI vem sendo considerada um ato de coragem por uns, conspiração inusitada por outros. Em minha opinião é um ato premeditado por conta do caos predominante na cúpula da Igreja Católica Apostólica Romana. Lembrar que o Vaticano é habitado por seres humanos é sempre importante. Ali existe orgulho, ódio, inveja, desejo e tudo que é típico dos homens. A Igreja está pagando um alto preço por não ter se modernizado. Seu poder é emanado como numa monarquia absolutista, só que dessa vez o “rei” sem poderes renunciou. Certamente não foi por falta de competência.

O Cardeal Joseph Alois Ratzinger é o  Papa de Roma desde o dia  19 de Abril de 2005. Foi eleito com 78 anos, domina pelo menos seis idiomas fluentes com conhecimentos de  português, ademais lê o  grego antigo e o  hebraico. É membro de várias academias científicas da Europa, possui vários doutorados e esteve a frente de universidades. Não obstante suceder João Paulo II ser tarefa muito difícil por conta de seu carisma, espírito incansável, determinação, características de um verdadeiro pop star, Bento XVI durante seu papado mostrou-se monossílabo, apático e menos disposto as massas. Quando de sua escolha foi mencionado que faria um papado de transição. Suas metas eram brecar a perda de fieis da Igreja Católica, resolver os escândalos que envolveram a Igreja como os casos de pedofilia e da sangria do IOR – Instituto para as Obras da Religião, o chamado Banco do Vaticano e dar início a uma reforma modernizadora com a aproximação amistosa as outras igrejas cristãs. Nada disso ocorreu a contento, aliás, a Igreja Católica Apostólica Romana desde o Concilio Vaticano II (1962 a 1965), não teve nenhuma modernização extraordinário. Ato pensado com efeitos colaterais impensáveis, a renúncia de Bento XVI deu oportunidade a ele de disparar mais críticas a Santa Sé do que todos os que o antecederam nos últimos 48 anos. Não precisamos ser especialistas em Vaticano para saber que a existência de dois papas trará dificuldades enormes a Igreja, sendo um grande desafio a ser transposto. Parece que o “silencia obsequioso” não será a opção de Bento XVI. Impensável nos dias de hoje o “isolamento do mundo” que vem sendo mencionado. Até os suspiros de Bento XVI serão acompanhados. A divisão da Igreja que Bento XVI menciona projeta seu sofrimento. Governar com questões aparentes é simples, já com questões “aparentemente ocultas” é difícil. O Papa Bento XVI alardeia que governa uma Igreja nas mãos do “oculto do oculto”.

Oremos pela ordem ou pelo surgimento de outro Santo Agostinho.