EMPRESAS FAMILIARES

Somente uma em cada três empresas familiares consegue chegar às mãos da
próxima geração, sendo que somente 15% dos herdeiros de empresários do
Brasil do século passado permanecem no mundo dos negócios. Os conflitos
familiares são mais freqüentes do que esforços para criar empresas
eficientes e perenes. O fundador deve saber à hora de iniciar a formação de
seus sucessores, preparando assim, de forma lenta sua aposentadoria. As
empresas familiares constituem unidade social, em que as pessoas se
organizam para realizar produtos e ou serviços que não poderiam fazer
sozinhas, compartilhando tempo e espaço comuns, criando processos de
convivência mútua para atingir seus objetivos e, portanto, construindo uma
cultura. Na cultura empresarial temos questões visíveis como tecnologia e
padrões de comportamento, questões de valores presentes nos discursos
oficiais dos membros da organização, na comunicação institucional e as
questões pressupostas imperceptíveis que influencia no comportamento das
pessoas. São eles que explicam o comportamento real e não o esperado.
Empresas familiares devem ser flexíveis, colocar o ambiente externo como
guia de seu negócio. Devem semear um ambiente dinâmico, empreendedor e
criativo, voltando-se para o desenvolvimento de produtos e serviços
inovadores. O pioneirismo é valorizado enquanto a liderança é visionária e
orientada ao risco. Fica claro que cultura e valores podem, portanto,
representar um entrave no caminho das empresas familiares rumo ao sucesso na
atualidade. Apenas 6% das empresas familiares brasileiras são percebidas
como inovadoras, em tese, a cultura mais adequada ao ambiente globalizado,
conectado e competitivo do século 21. As constantes mudanças do ambiente
empresarial e a necessidade de adaptação interna e integração externa das
companhias têm demonstrado a importância, na gestão de negócios, de entender
a cultura organizacional e os valores que a compõem. Os elementos-chaves da
cultura corporativa atuam como mediadores nos conflitos, contribuindo para a
solução dos problemas da empresa familiar e, conseqüentemente, projetando
seu sucesso. São oito os valores organizacionais que devem ser cultivados
numa empresa familiar; Realização, qualidade, domínio, bem estar, tradição,
prestígio, autonomia e preocupação com a coletividade. O sucesso não
acontece por acaso, muito menos numa empresa familiar.