O Financial Times considerou a situação brasileira um horror sem fim e isso reflete ao menos uma parcela do conceito desta Nação perante a comunidade internacional. A policrise é das mais sérias e, ao que parece, o Poder Público ainda não acordou para ela.
Diante da queda de arrecadação, da falta de investimentos, do aumento do desemprego, da recessão e da estagflação, do aparente descontrole nas finanças, era urgente uma reação do governo. Mas tudo continua como antes. Setores fundamentais não se deram conta de que a conta não fecha!
O momento é de verdadeira reconstrução do Brasil, de refundação desta República e de um grande movimento coordenado pelas lideranças do pensamento, ante o descrédito das demais lideranças.
Há luzes na Universidade, nos Institutos de Pesquisa, nos inúmeros talentos individuais que, mercê de sacrifício próprio, de um protagonismo heroico, prosseguem a produzir ciência, tecnologia e alternativas para uma nau sem rumo.
Diante da falibilidade dos esquemas tradicionais de mando, não é o caso de a cidadania assumir a discussão? Mergulhar na História de um Brasil que já possuiu uma civilização invejável e refletir sobre os motivos que a conduziram a este melancólico impasse. Meditar sobre o Brasil que se pretende para daqui a 50 anos, quando nossos netos estiverem na maturidade plena e aptos a consumir os bens da vida que terão construído numa Pátria fraterna e acolhedora.
Como investir na infância e na juventude, para que metade dos pesquisados há alguns dias, só na cidade de São Paulo, deixem de pensar em abandonar esta Nação que, ao que tudo indica, ficou velha antes de ficar rica? Como devolver confiança a um povo desalentado pelos desmandos, convencido de que a corrupção é invencível e de que a política virou um refúgio dos desprovidos de ética?
Essa a responsabilidade de quem tem juízo. Material em falta na República Federativa do Brasil, ao menos o que transparece da leitura dos jornais.