“É ingenuidade acreditar que os poderosos limitem seu poder”. A frase de Giordano Bruno é verdadeira e adequada para o presente momento brasileiro. Uma República envolta em escândalos, a naufragar numa economia capenga, só enxerga reação a partir de mais dolorosos esfolamentos da já sofrida população.
O mal deveria ser cortado pela raiz: diminuir drasticamente o tamanho do Estado. Máquina crescente e incompetente, continua a inflar e a exigir mais e mais sacrifícios da massa que a sustenta.
A “ilha da fantasia” logo será substituída pelo “trem fantasma”. PIB negativo, desemprego acelerado, inflação galopante. E parece que tudo vai bem, como na velha estória do estudante que permaneceu alguns anos em Coimbra e, ao voltar, pergunta ao condutor de sua carruagem:
“Como estão as coisas?”. Recebe como resposta: “Tudo bem, sem novidade!”. Aos poucos toma conhecimento da bancarrota da família, da morte da mãe após o suicídio do pai e de seu estado de miséria. Mas a primeira resposta foi “Tudo bem, sem novidade!”.
As novidades não incluem a redução do número de Partidos. Recentemente, um poderoso líder político chegou a admitir perante atenta plateia de ouvintes: “Por incrível que pareça, o Brasil só teve partidos mesmo durante o autoritarismo. Agora, todos os partidos são iguais”.
Não há governabilidade com mais de trinta partidos, muitos deles criados para formar coligações e oferecer espaço na propaganda que, embora dita “gratuita”, o povo paga regiamente à mídia para a sua veiculação.
Tudo o que o Estado faz é mais caro, menos eficiente e vulnerável à corrupção. A receita é reduzir a máquina estatal. Simplificar a profusão normativa que não permite que a iniciativa privada alcance qualquer êxito, tantas e tamanhas as artimanhas burocráticas e os acidentes de percurso para quem quer trabalhar num ambiente inseguro, ambíguo e desfavorável.
A mais urgente das reformas seria a política, para encarar de frente aquilo que não se quer enxergar: ninguém mais acredita num sistema que perpetua as mesmas nefastas práticas, que é um peso exagerado para um País que precisaria recuperar o tempo perdido e que preserva costumes promíscuos da ilicitude e da falta de seriedade. Mas, ao que tudo indica, pura ilusão acreditar que os beneficiários da situação se proponham a modificá-la!