INDEFINIÇÕES NA ECONOMIA MUNDIAL

Os fatos presentes na economia internacional e, como não poderia ser diferente, também na economia brasileira, não nos permitem formular pareceres e posicionamentos, apenas uma singular análise e vieses, olhando somente para uma face da moeda.

Quando se afirma de uma inevitável recessão mundial, em decorrência de um aumento na taxa de juros, pelo Banco Central Americano, FED – Federal Reserve e, também pelo Banco Central Europeu é preciso relativizar. Para melhor análise comparativa, nos anos oitenta, os juros lá chegaram a 20% ao ano e causaram catástrofes econômicas no globo, principalmente nas economias emergentes, com dívidas em dólar, o que levou diversos países em desenvolvimento, inclusive o Brasil, a declarar moratória da dívida externa, devido ao abrupto aumento do dispêndio com pagamento dos “serviços da dívida”, qual seja o elevado ônus, não previsto, com os pagamentos desses juros aos credores externos.

O espectro de uma recessão econômica global , já provocou um significativo recuo no preço do barril do petróleo, tipo Brant, que baixou de US$ 140,00 para cerca de US$ 100,00, uma redução próxima de 30%, aliás nos Estados Unidos a taxa de desemprego da PEA – População Economicamente Ativa é de 3,6%, o que significa, de forma relativamente, que a economia trabalha com nível de pleno emprego.

Na semana passada, também tiveram redução de preços no mercado internacional:- A soja, o milho, o trigo, entre outros.

A tendência é a de queda no ímpeto da taxa de inflação nos países desenvolvidos, o que pode aliviar nos aumentos dos juros, e afastar a síndrome de uma forte recessão mundial.

Ainda sobre os juros do Banco Central Americano e do FED – Federal Reserve, como estamos hoje, há uma projeção de aumento dos atuais 0,75% ao ano para cerca de 3,00%. Nesse patamar vis-a-vis a inflação, não provocará uma maior avassaladora evasão de divisas dos países emergentes para os Estados Unidos, com reflexos negativos nas taxas de câmbio e, como consequência, o aumento dos juros nas economias em desenvolvimento.

Em relação ao Brasil, em 2021, a Arrecadação Tributária Federal, somou um recorde de R$ 1,87 trilhão.

No primeiro semestre deste ano já chegou a R$ 1,0 trilhão, com um crescimento médio de 7%. A tendência, considerando que a nossa economia deverá crescer cerca de 2% neste ano, é que não haverá aumento percentual da relação dívida interna do Setor Público x PIB – Produto Interno Bruto, mesmo com os gastos com as medidas emergenciais em curso, não obstante o elevado nível atual da taxa dos juros básicos – Selic, de 13,75% ao ano.

Uma realidade subjacente afeta o moral e o comportamento psicossocial dos agentes econômicos, principalmente nas economias ocidentais desenvolvidas :- o atual andamento e as indefinições acerca do desfecho da guerra da Rússia, na Ucrânia.

Messias Mercadante de Castro é professor de economia no Unianchieta, Membro do Conselho de Administração da DAE S/A e Consultor de Empresa.