O QUE A HISTÓRIA TEM EM RESERVA PARA A AMÉRICA LATINA

Mais uma vez se repetem os ciclos da atividade econômica mundial, ora, com um crescimento econômico sem gargalos de estrangulamentos e sem crises econômicas estruturais e, ora, como o momento presente em que uma recessão se avizinha e, para muitos economistas, é dada como um evento certo.

Ainda sob o trauma da pandemia do Covid-19, que sofre transmutações e continua contaminando milhares de pessoas no mundo e, de toda forma, provocando sofrimento com a perda de preciosas vidas humanas em todos os Continentes, além de relativos reflexos negativos na atividade econômica global, o mundo enfrenta, paralelamente, um traumatizante problema com a guerra da Rússia, na Ucrânia.

A escassez, decorrente do conflito, de petróleo e gás natural, vem provocando aumentos sucessivos no preço dessas commodities, gerando pressões inflacionárias na economia global que, circunstancialmente e, também, de forma induzida pela Rússia, com o embargo das exportações de alimentos pela Ucrânia que, como consequência, experimentam preços elevados em todo o mundo e, como não poderia deixar de ser, provocam uma inflação ascendente na economia global que, não somente vem provocando o aumento do número de famílias que circundam os limites de pobreza absoluta, como também o inexorável caminho da recessão econômica induzida por políticas monetárias restritivas para combater a inflação.

Até aqui, pelo menos quarenta e cinco países já subiram suas taxas de juros este ano, reduzindo o poder de compra das famílias e provocando a retração da atividade econômica das empresas.

A América Latina, como prognosticou, Álvaro Garcia Lipera, 59, Matemático e Cientista Social, autor de vários livros e que foi vice-presidente da Bolívia (2006 – 2019), ao lado de Evo Morales, “continua como participante de um sistema político estrutural e não como “construtor” de um novo sistema”. “Enfatiza ainda que a guerra na Ucrânia apenas reforçou uma lição ignorada: “sem atuar em bloco, não há chance de uma América Latina cravar um lugar no xadrez geopolítico. A região seguirá irrelevante globalmente, se não atuar em bloco”, o que concordamos plenamente.

Falta-nos líderes latino – americanos estadistas que não apenas tenham a visão da importância geoeconômica e geopolítica da nossa região, mas que trabalhem estrategicamente para ampliar o “Mercosul”, hoje com apenas o Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, para a constituição de um “Mercado Latino – Americano, com todos os países da região, mais a inclusão do México. Juntos, todos cresceremos mais fortes, valorizando nossas raízes, culturas, tradições, riquezas naturais e técnicas, que se somarão a um forte contingente de população economicamente ativa e capacidade empreendedora de todos os países.

O exemplo e a experiência de sucesso do Mercado Comum Europeu “pode e deve ser o nosso guia e inspiração”.

Messias Mercadante de Castro é professor de economia no Unianchieta, Membro do Conselho de Administração da DAE S/A e Consultor de Empresa.