Nos últimos dias da semana passada, os mercados internacionais se entusiasmaram com o anúncio do pacote de 100 bilhões de euros para os bancos espanhóis.
Mas logo em seguida surgiram preocupações quanto às viabilidades práticas desse socorro, principalmente quanto às condições de resgate do dinheiro.
Junta-se a esse cenário as expectativas quanto às eleições na Grécia, que serão vitais, marcadas para o próximo final de semana.
Com esses problemas na cabeça, os investidores não tiveram muito entusiasmo e as bolsas apresentaram um desempenho ruim. O Ibovespa caiu ontem 0,79%, marcando 54.001 pontos e em Wall Street, o Dow Jones perdeu 1,14%.
Por outro lado o dólar subiu ontem 1,64%, com a cotação de 2,0573 reais, não obstante o Banco Central (BC) voltando a intervir com novo leilão de venda da moeda.
Ao que tudo indica o BC continuará nessa política de intervenção no mercado para conter a disparada da moeda norte-americana.
Segundo analistas, essa política não tem surtido efeito e não esperam resultados significativos, mesmo que atue com mais intensidade, enquanto as incertezas internacionais, particularmente na Espanha e Grécia não se dissiparem de maneira convincente.
Outro detalhe expressivo foi a informação da Boa Vista Serviços, administradora SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito) sobre o aumento do número de cheques devolvidos (segunda devolução por falta de fundos), equivalente a 2,15% da movimentação total em maio, sendo que em maio de 2011 foi de 1,96%.
Chegou a hora de encararmos a nova situação econômica que vive o país de maneira realista, sem tergiversar ou apresentar manifestações, que são muito mais políticas do que explanações transparentes para o empresariado e a população em geral.
Dentre todas as medidas tomadas, bem como as análises de agências do setor e especialistas, os nossos problemas estão identificados, assim como as políticas econômicas adotadas nos últimos anos, na grande maioria foram acertadas.
Precisamos manter um jogo franco e aberto com os empresários, os representantes das classes trabalhadoras e o Congresso a fim de elaborar-se um plano técnico e de pé no chão, sem influências e motivações políticas ou eleitorais.