A INVENÇÃO DO MENSALÃO

Há tempos, leitores vem me pedindo esse histórico. Em 2005, quando o
escândalo do “mensalão” ameaçava o mandato de Lula, descobriu-se que o
esquema do marqueteiro Marcos Valério foi usado de 1995 a 1999 na gestão do
governador Eduardo Azeredo (PSDB) à frente do Palácio da Liberdade. O
ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB MG), é o pai do “mensalão”, que foi
copiado e aperfeiçoado com louvor pela quadrilha petista. As agências de
publicidade de Valério, DNA e SMPB, tiveram papel decisivo no financiamento
de campanha de Azeredo à reeleição – numa disputa em que ele foi derrotado
para Itamar Franco. Foi também na administração Azeredo, que o doleiro
presidiário, Carlos Cachoeira, conseguiu exportar seus negócios ligados à
jogatina de Goiás para outros estados do Brasil. A Jogobrás, subsidiária da
Gerplan, empresa de Cachoeira, explorou em Minas uma loteria privada chamada
Sorteca e caça-níqueis em parceria com a americana GTech. Com a posse de
Lula na Presidência da República, o PT provavelmente arquitetou um plano
audacioso para se perpetuar no poder. A idéia era usar a máquina federal,
com seus cargos e orçamentos bilionários, para comprar o apoio de partidos,
sem ceder um milímetro de terreno no avanço sobre as liberdades
democráticas. Uma vez descoberto o esquema, Lula viu seu mandato ameaçado,
assim sendo convidou o bom e velho PMDB para se tornar sócio no governo,
sendo que o resultado recebeu o nome de Petrolão, o maior escândalo de
corrupção da história moderna. Desde a deflagração da Operação Lava-Jato,
as autoridades colheram depoimentos e documentos que indicam que a verba
roubada da Petrobras financiou as campanhas presidenciais de Lula e de Dilma
Rousseff, enriqueceu estrelas petistas, como o mensaleiro José Dirceu, e
bancou a boa vida de políticos de diferentes partidos. Amigo de Lula, o
pecuarista José Carlos Bumlai confessou às autoridades que repassou ao PT 12
milhões de reais que pegou emprestados no Banco Schahin. O valor foi usado
para financiar a campanha do amigo e para comprar o silêncio de uma
testemunha que, supostamente, ameaçava implicar o ex-presidente no enredo,
ainda nebuloso, do assassinato do petista Celso Daniel, então prefeito de
Santo André. Imagina-se que ao longo de 2016 ficaremos estarrecidos com as
apurações da Polícia Federal. O governo não pensa em mais nada, isso é
catastrófico.