O Brasil, na condição de país continental, com 8.511.000 km2 e com uma população de cerca de 215 milhões de habitantes, nos dá os benefícios de termos um bônus populacional invejável (população economicamente ativa), disponível para produzir e gerar riquezas, além de um amplo contingente de consumidores para ativar a economia do País. Temos um território com terras férteis, água potável, um vasto campo de biodiversidade e muitas outras vantagens comparativas em relação a outras Nações.
Existe, entretanto, a outra face da moeda. O país precisa investir fortemente em educação para oportunizar o estudo em todo o Território Nacional, com qualidade. Precisa igualmente, investir em saúde pública para atender a todas as camadas da sociedade em nosso país.
Esses exemplos acima reais, necessários e imprescindíveis, foram registrados para identificar a premissa que enfatizamos, da relação custo-benefício que se apresenta no cotidiano da vida e na realidade do Brasil.
Os fatos e os problemas existentes nos países indicam que todos precisam estar caminhando permanentemente olhando para as necessidades presentes; possíveis soluções e elaborando planejamentos para o futuro.
Nesse momento, por exemplo, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está negociando com o Congresso Americano, a aprovação de um projeto revolucionário para o País, que envolverá investimentos de trilhões de dólares na produção em massa de veículos elétricos, para reduzir, de imediato, a emissão de carbono, o que envolverá um volume astronômico de recursos das montadoras e uma total reestruturação tecnológica na cadeia das indústrias automotivas, que ficarão com uma obsolescência técnica, até certo ponto não planejada, utilizada na produção de veículos a combustão, além de elevados investimentos em todo Território Americano, para introduzir “Pontos” para abastecimento de veículos elétricos.
Trata-se de uma corrida retardatária em relação a China, porém a tempo. A atual frota desses veículos nos Estados Unidos equivale a 1/3 dos existentes na China.
Voltando ao exemplo no nosso País o Agronegócios aqui no Brasil nos indica o quanto caminhar é preciso. Saímos de uma safra de grãos de 60 milhões de toneladas/ano há 25 anos atrás, para cerca de 267 milhões de toneladas neste ano.
A relação custo-benefício é uma constante no setor. São maciços os investimentos públicos e também privados, em logística.
Projetos relevantes para transporte de grãos estão em estudos avançados, como o ferrogrão, que ligará Sinop (MT) a Itaituba (PA) , que deverá reduzir em 32% o frete em relação ao rodoviário, viabilizando ainda mais as exportações de grãos.
Outro projeto importante é a Ferrovia Norte-Sul (tramo central), que ligará Porto Nacional (TO) a Anápolis (GO), com redução de 16% no custo do frete. Também a ferrovia de integração centro-oeste, que ligará Água Boa (MT) à Mara Rosa (GO), com uma redução de 39% no custo do frete.
A destacar ainda a ferrovia de integração Oeste-Leste, que ligará Ilhéus (BA) a Figueirópolis (TO), reduzindo em 36% o frete.
Essas ferrovias cruzarão o País e darão excepcional contribuição ao Brasil, que tem como meta de curto prazo, produzir 300 milhões de toneladas de grãos e ser não somente o maior produtor mundial de alimentos, mas também o maior exportador. Para tal, os investimentos prosseguem em tecnologias, máquinas agrícolas, equipamentos desenvolvidos por startups, genética e muitos outros.
O Brasil está conectado em tecnologia embarcada a favor da sustentabilidade, o que garante as nossas exportações. Todas essas ações são estratégicas e preservam o bem estar no presente e garantem o futuro do nosso agronegócios.
Reportando ao título deste artigo “investimentos estratégicos”, quero registrar que não devemos entender apenas o “dever” do “Estado” de investir; das “empresas” de investir em sua modernidade; em novos produtos e tecnologias, mas, também, que tenhamos todos, enquanto profissionais, a convicção de que “sempre” precisaremos investir no presente, olhando para o futuro.
Messias Mercadante de Castro é professor na Faculdade Unianchieta, Membro do Conselho de Adm. da DAE SA e Consultor de Empresas.