LEGADO DO LULOPETISMO

Nunca na história desse país tivemos tanto exemplos de corrupção. O grande
legado do Lulopetismo foi transformar a corrupção endêmica em corrupção
sistêmica. Não faltam escândalos nesses tempos. Doações irregulares de
campanhas, caixa dois, tráfego de influência, e agora os grandes produtores
e processadores de carne enfiados até o pescoço em um mar de lama.
Considerada a maior operação da história da Polícia Federal, a
Carne Fraca,
desmantelou um esquema de pagamento de propina envolvendo funcionários do

Ministério da Agricultura e empresários do ramo alimentício para relaxar a
fiscalização e conseguir a liberação de licenças. A operação teve como alvos
frigoríficos de pequeno porte e as gigantes BRF e JBS. Por fim, tomou como
providências a interdição de três fábricas — um da BRF e dois da Peccin — e
o afastamento de 33 funcionários. Além disso as delações premiadas da
Odebrecht está sob sigilo, mas a TV Globo conseguiu apurar a presença de
nomes como os Senadores José Serra, Aluizio Nunes, e mais 36 nomes de
políticos na lista de
83 pedidos
de investigação que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou
ao Supremo Tribunal Federal. Segundo a TV Globo apurou, são mencionados os
nomes de pelo menos 170 pessoas, entre as quais políticos com foro e sem
foro privilegiado. Os antigos romanos, dos quais os modernos executivos e
governistas apreciam além da conta, diziam que a dúvida sempre beneficia o
réu, no caso destes, apenas os réus companheiros. Aos adversários reservam
o agravamento da suspeita para a culpa. Tais romanos, há 2 mil anos, diziam
que “errar é humano, mas perseverar no erro é diabólico”. Não passou pela
cabeça privilegiada dos varões de Plutarco que uma pessoa honrada viesse a
cometer o terceiro erro consecutivo, não por acreditarem na premissa da
virtude sobre a tentação do pecado, mas por se sentirem protegidos pela
instituição sagrada da república. De patrício nenhum se admitia que fosse
mais diabólico do que o próprio diabo ao se negar a preferir o erro ao
acerto mais de uma vez. Os súditos de Júlio César, de cuja mulher se exigia
que parecesse honesta, não bastando ser, não tiveram premonição nem
imaginação suficientes para prever os costumes políticos dessa República de
Bananas… um mar de corrupção e desmandos. Parece não ter fim, mas temos
que prosseguir e limpar o País dessa praga.