LULA PARA PRESIDIÁRIO

Condenado pelo juiz Sérgio Moro por receber R$ 2,25 milhões de propinas da
empreiteira OAS, o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva mobilizou um
punhado de simpatizantes e outro tanto de opositores nas ruas do Brasil na
semana passada. Na verdade havia mais populares comemorando sua condenação
do que bradando pela “injustiça”, os fogos de artifício que o digam. Lula é
o primeiro ex-presidente da República condenado por um crime comum, vai
recorrer na segunda instância. A sociedade quer o avanço da Lava Jato, doa a
quem doer. Quer saber se documentos, fotos e depoimentos contra Lula são
consistentes, em que crime se enquadra o pedido de dinheiro de Aécio para
Joesley e se Loures pegou a mala para Temer ou para ele. A Justiça anda para
um lado, a política se vira para o outro. E a sociedade bem sabe com quem
está. Na semana passada, o futuro presidiário reuniu jornalistas, petistas e
aliados incondicionais para dizer que a condenação visa “fechar o golpe”
iniciado com o impeachment de Dilma. E advertiu: “Estou no jogo”. Pelas
pesquisas, está completamente fora do “jogo” de 2018, por conta de sua
rejeição em constante ascensão. A fragilidade do larápio no campo jurídico é
evidente. A sentença condenatória corresponde apenas a um dos cinco
processos a que o ex-presidente responde. Para ele e seus seguidores, a
alternativa à cadeia é a aposta numa candidatura à Presidência em 2018. Ao
bem da verdade, a diferença política entre Lula, Aécio e Temer é que o
petista inacreditavelmente ainda tem tropa de choque. O que leva alguém a
apoiar um canalha como esse? A tropa Lulopetista está disposta a fechar
olhos, ouvidos, bocas e racionalidade para qualquer denúncia e condenação
que possam macular a imagem do grande líder. A trajetória de vida de Luiz
Inácio Lula da Silva é marcada pela vitimização. Até certo ponto, a condição
lhe teria sido determinada pelas adversidades que afligem tantos milhões de
brasileiros como ele. Só mais tarde, quando a malandragem já estava
suficientemente desenvolvida para capturar o potencial político daquela
condição, é que nasceu a pessoa pública de Lula, a eterna vítima. Lula é o
“homem teflon”! Nada adere nele se não estiver sendo vítima de alguma
injustiça ou atacado pela força de uma arbitrariedade. Jamais é o sujeito
ativo de seus próprios infortúnios, o único responsável pelas conseqüências
das más escolhas que faz.