PARTIDOS TROCANDO O NOME

Basicamente o velho com nomes novos … um pouco do mesmo. Siglas
partidárias substituídas por slogans, nada mais. Ideologia? Jamais houvera.
Citar exemplos bizarros de políticos que não parecem com a suposta ideologia
de seu partido transformaria esse artigo em um enredo de pornô chanchada.
Troca-se de partido como de camisa. Puxadores de votos, coronéis do sertão,
alcoviteiros bem relacionados, chefes de quadrilha, donos de currais. Quanto
pior melhor! É assim que nossa estrutura partidária está, berço de
confrarias criminosas. Centro Democrático, Progressistas, Patriotas, MDB,
Livres, Democracia Cristã e Avante. O desgaste da representação
político-partidária criou uma tendência na qual as siglas trocam nomes por
“slogans” e ideologias por “marcas”. O objetivo é se distanciar da palavra
“partido” e apresentar palavras de ordem, que correspondam aos anseios da
população. Modinha que vem da Europa, coisa antiga, desde a Revolução
Francesa. O principal motivo dessas mudanças é escamotear o desgaste nas
siglas. No Brasil, os partidos perderam a ideologia há muito tempo. A
mudança de denominação acompanha essa falta de ideologia. Vira apenas uma
marca. Muitas das novas siglas seguem a tendência de não apenas mudar o
nome, mas tirar o “P”, de partido, para se distanciar desse conceito. “O
Avante, do PT do B, dá uma idéia de o País avançar, ir em frente. Palavras
de ordem acabam tendo impacto na opinião pública. Não são novos nomes de
partidos, são slogans. O PTN mudou para Podemos; o PT do B e o PSDC querem
virar Avante e Democracia Cristã. O último a demonstrar a intenção de trocar
de sigla foi o PMDB. Nesta semana, o presidente do partido, senador Romero
Jucá (RR), disse que para “ganhar as ruas” voltariam a usar o nome que
levava na ditadura militar: Movimento Democrático Brasileiro (MDB). Os
partidos políticos e o Congresso têm baixíssima taxa de confiança perante à
população, então, se você muda o nome, mas não muda a estrutura, isso não
vai mudar a opinião dos eleitores sobre os partidos. Está demorando para o
povo acordar e ir para as ruas derrubar essas estruturas apodrecidas. Tudo
que se vem fazendo, a partir da Operação Lava Jato não se sustenta sem o
povo nas ruas. O gigante está adormecido, o povo atordoado e os marginais da
política reagindo. Nossa democracia está em risco. 28