MEIO SÉCULO DEPOIS DO GOLPE

Há cerca de 50 anos eclodia o golpe militar de 1964 que evitou
que os comunistas tomassem o poder instaurando uma ditadura do proletariado,
assim como um banho de sangue no Brasil. Graças à corajosa intervenção das
Forças Armadas, notadamente do Exército, que aniquilou a possibilidade de um
território controlado por terroristas, sendo essa a finalidade principal da
guerrilha do Araguaia, não tivemos “República das Farc. Já na economia, o
Brasil transformou-se num país industrializado, consolidou sua indústria
petroleira e desenvolveu a petroquímica, bem como a siderurgia e a
fabricação de maquinaria pesada. A engenharia deu um grande salto com as
obras públicas que pipocaram. Efetivou-se um fantástico desenvolvimento das
telecomunicações e uma ampla política de abertura de estradas. O regime
militar tinha um propósito, em que pese o viés autoritário evidentemente
criticável. Foi uma correção de rumo na desastrada ladeira do populismo de
João Gulart, não obstante ter durado mais do que se imaginara. Nesse período
porém, foi suficiente para imprimir no país diretrizes e novas estratégias
globais. As universidades, em especial as públicas, controladas a partir da
abertura democrática pela esquerda raivosa, acabaram fazendo da memória de
1964, um ato indiscriminado de repúdio aos militares e às diretrizes por
eles traçadas, fazendo com que uma cortina de fumaça terminasse pairando
sobre essa importante etapa da nossa vida republicana. As coisas não mudaram
com a chegada dos esquerdistas ao poder, notadamente no ciclo do
lulopetismo. Como exemplo a criação da “Comissão da Verdade” visando colocar
os holofotes a repressão praticada pelo Estado sem relembrar nada do
terrorismo praticado pela esquerda radical. A grande falha de 1964, no viés
autoritário do regime militar, decorre do fato de que eles não estavam
habilitados para a chefia do Estado, toda vez que são preparados para
defender com coragem e eficiência os interesses soberanos da Nação, à luz da
ética de convicção cética. Falta aos nossos homens de armas a sensibilidade
para calcular as decisões tomadas e suas conseqüências a comunidade. Afinal,
ninguém realiza assembléias no front. Ora, a política é o reino do dissenso,
em decorrência da nossa natureza racional essencialmente dialética, condição
já apontada por Aristóteles (384-322 a. C). Hoje, meio século depois do
Golpe Militar e quase 30 anos do término daquele regime, carecemos de um
projeto estratégico que nos indique para onde irá o País nas próximas
décadas, e ainda vivemos a plena ditadura de esquerda.