Como em 2020, o PIB – Produto Interno Bruto caiu 3,9%, com o desempenho de 2021, recuperamos um pouco a economia, ainda sem considerarmos o crescimento vegetativo da população de cerca de 0,8% ao ano; ao final, estamos no prejuízo.
Menos ruim porque, em 2021, foram criados 2,7 milhões de empregos com carteira assinada, segundo os dados do CAGED – Cadastro Geral de Empregados e Desempregados.
Também tivemos um superávit na Balança Comercial de US$ 60 bilhões e recebemos do exterior, investimentos diretos de US$ 45 bilhões.
E para este ano que estamos começando, o que podemos ter como expectativa ?
O Brasil e o mundo foram surpreendidos com a variável Ômicron do Covid 19, que vem, de certa forma, prejudicando o nível previsível da atividade econômica mundial.
Na ordem global, encontramos gargalos na logística insuficiente para transporte internacional dos produtos, a um custo quase que quintuplicado em relação ao início de 2021.
A demora na entrega dos bens retarda os negócios nas cadeias de produção e consumo.
Ainda globalmente, as principais economias da Europa, Ásia e Estados Unidos, vem enfrentando pressões inflacionárias, muito acima dos níveis históricos, pressionando seus Bancos Centrais para ajustes mais fortes na política monetária, com aumentos nas taxas básicas de juros, o que deve ter início a partir de março próximo, com reflexos negativos para a atividade econômica mundial e prejuízos para as economias emergentes que tendem a sofrer depreciações cambiais em suas moedas, com efeitos na atividade econômica; na inflação e no Comércio Exterior.
De favorável temos os efeitos positivos do forte crescimento Econômico da China em 2021, que superou 8% e, em particular para o Brasil, pois a China é o maior parceiro comercial nosso.
O segundo País, para o qual mais exportamos, os Estados Unidos, também experimentou um crescimento robusto em 2021 e, não obstante a persistente inflação elevada, o crescimento econômico neste ano tende a ser muito expressivo, o que será bom para o Brasil.
Aqui, na América Latina, o Brasil assinou em 2020, um acordo de Livre Comércio com o Chile e os negócios tendem a fluir com mais desenvoltura.
O acordo da Argentina com o FMI – Fundo Monetário Internacional, será de grande importância para o País e para os negócios no âmbito do Mercosul.
Temos aqui, as forças endógenas da nossa economia que, seguramente, produzirão efeitos positivos, como: o Auxílio Brasil para dezoito milhões de famílias. As projeções do Agronegócios, que apontam para uma safra de 268 milhões de toneladas de grãos; o Comércio Exterior que produzirá um superávit comercial robusto; os investimentos diretos dos estrangeiros no Brasil, que já se iniciaram, entendem a pelo menos repetir o montante do ano passado; os investimentos decorrentes de concessões realizadas no saneamento básico e na infraestrutura; o destaque para a recuperação do setor de serviços já em 2021 com maior peso no nosso PIB – Produto Interno Bruto, além de outros fatos relevantes.
Messias Mercadante de Castro é professor de economia no Unianchieta, membro do Conselho de Administração da DAE e Consultor de Empresas.