O PLANETA NÃO MAIS SUPORTA

O Planeta em seus bilhões de anos sempre encontrou formas de se recuperar. A
natureza não tem problemas em seu tempo que é diferente do nosso. A
população continua crescendo e com ela os níveis de consumo crescem sem
controle. As mudanças climáticas são cada vez mais aparentes. Provocadas
pelos padrões exacerbados de consumo e pelas emissões de gases efeito
estufa, vem transformando o planeta. Morre-se afogado e de sede ao mesmo
tempo. Nesses dias no Rio Grande do Sul, um tornado além com fortes ventos e
tempestades torrenciais, castigou algumas cidades esparramando destruição e
prejuízos. As tradicionais imagens do apocalipse do verão estão de volta,
mas dessa vez em pleno inverno. No momento que sofreríamos pela seca, lá no
sul estão morrendo afogados. Já no Sudeste, em especial em São Paulo, os
rios minguaram, as represas secaram e a terra árida aniquila plantações
inteiras provocando prejuízos incalculáveis. A humanidade está intimamente
ligada com o modelo econômico que desenvolvemos ao longo dos últimos
séculos. Economia verde é toda inovação tecnológica ou modo de fazer que
seja um pouco mais eficiente no uso dos recursos naturais em prol do combate
a pobreza, incluindo socialmente. Devemos discutir urgentemente que tipo de
economia pode existir que não esbarre nos limites do planeta e consiga dar à
civilização uma noção de avanço e progresso na sociabilidade. Que tipo de
economia pode existir que não nos leve aos piores cenários de aquecimento
global, à extinção de espécies, à acidificação dos oceanos e mantenha a
inclusão social. Quem esbarra nos limites do planeta hoje são 1,5 bilhões de
pessoas já prejudicadas, porém, existem outros 5,5 bilhões que querem
começar a esbarrar. Como a economia global pode voltar a crescer sem
esbarrar nos limites do planeta? Hoje há uma compreensão de que o projeto
econômico e social andam juntos. E que não há possibilidade de alcançar o
desenvolvimento econômico se não encontrarmos uma forma de lidar com os
problemas que estamos vivenciando. Isso passa por modificar o atual rumo de
insustentabilidade da produção e do consumo. Não é apenas o fato de que a
humanidade não foi capaz de realizar nenhuma ação efetiva para enfrentar o
problema do clima e da biodiversidade. Não é o apocalipse, a humanidade não
vai acabar, mas é muito grave.