POR TRAZ DO IMPEACHMENT

A piada hoje em Brasília é que o PMDB procurou a Presidente Dilma do PT e
lhe disse; “Vamos governar em 2015, você deseja com impeachment ou sem
impeachment?” A resposta já sabemos. Vivemos um parlamentarismo branco,
absurdamente apelidado de “parlamentarismo presidencialista”. O Presidente
da Câmara, Deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o Presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), desde suas nomeações em janeiro mandam no Brasil,
provocando derrotas consecutivas ao governo, assim como o vice-presidente
da República, Michel Temer (PMDB-SP), virou oficialmente o articulador
político do governo. Nada sobrou para presidente Dilma, a cada dia mais
isolada. O que está por trás da divisão do PSDB quanto o pedido de
impeachment de Dilma Rousseff ? Vejamos. Por mais que o ex Presidente
Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) diga não ter participado de pacto para
governabilidade junto a partidos e governo, está claro que algo aconteceu. A
divisão dos caciques do PSDB quanto o impeachment não é gratuita, julgo que
seja um movimento bem planejado. O jurista Miguel Reale Junior, ex-ministro
da Justiça no governo FHC, produziu parecer técnico negativo quanto
impeachment, mencionando que não obstante existir condições técnicas, não
existem condições políticas. Enquanto isso, a bancada da Câmara dos
Deputados pressiona pelo “Fora Dilma”, assim como alguns senadores e a
própria executiva do partido são contra a ação. Minha tese é a seguinte.
Caso a oposição pedisse o impeachment de Dilma, e democraticamente fosse
afastada pelo Congresso, quem governaria o Brasil seria o Deputado e vice
Presidente Michel Temer PMDB-SP, em outras palavras, nada diferente do que
já ocorre hoje no atual parlamentarismo branco. Manter Dilma Rousseff
presidente significa fazer o PT e o PMDB realizarem as reformas impopulares
necessárias, e com tal, sangrar ambos os partidos, dar tempo para que as
operações deflagradas pela Polícia Federal, em especial a “Lava Jato”,
terminem suas investigações, cheguem aos responsáveis sentenciando-os, assim
sendo suas conseqüências arrasariam o resto da base de apoio ao governo
Petista. Como “cereja desse Martine”, caso ainda estivesse livre das grades
e legível, acabariam com todas as chances de Luis Inácio Lula da Silva
disputar seu terceiro mandato em 2018, assim varreriam do mapa político o
grupo que governa o Brasil há anos, mas … apenas uma tese.