Estruturalmente, é de conhecimento global que, sem investimentos robustos, nenhum País consegue se desenvolver.
É lição primeira no mundo empresarial que, para crescer e conquistar espaços nos mercados, interno e internacional é preciso investir pesado em ciência e tecnologia; processos e sistemas; novos produtos; pesquisas de mercado no País e no Exterior e treinamento contínuo e aperfeiçoamento do quadro de profissionais. É preciso um persistente esforço de gestão para, pelo menos, andar paralelo às exigências do mercado e na velocidade dos concorrentes, desejavelmente, mais rápido.
Sempre que indivíduos e empresas se defrontam com problemas a resolver, via de regra, encontram algumas possíveis possibilidades de solução.
Quando um País planeja seu crescimento e ou, ainda melhor, o desenvolvimento econômico, o caminho primeiro é o de criar condições para “ampliar os níveis de investimentos”, sem o qual, não conseguirá crescer. Criando essa margem no “orçamento público”, é possível, a partir daí, eleger prioridades, como a educação, saúde, saneamento básico e infraestrutura nacional.
O Brasil vem caminhando, ao longo das três últimas décadas na direção oposta dessas necessidades e, ano após ano, vem reduzindo sistematicamente o percentual destinado para “investimentos”, na proporção do seu PIB – Produto Interno Bruto. Atualmente, o Setor Público (Municípios, Estados e União), investe apenas cerca de 1,2% do PIB Nacional. No passado, já investimos cinco, seis vezes mais.
Essa é a razão que leva ao baixo nível de desempenho da economia brasileira, que oscila entre a queda e o baixo crescimento da economia, o
que se torna mais grave, quando confrontado com um crescimento populacional anual, de cerca de 0,8% a 0,7%.
Recorrentemente, esse quadro vai se agravando, porque o fato de não termos crescimento sustentável e com uma população em crescimento, o País não gera empregos, portanto, sem a contrapartida de renda e não estimula o consumo, o que estrangula a produção e a própria capacidade de investimentos do “setor privado”.
Temos uma equação simples, de mais e menos, que, porém, no Setor Público, em seu orçamento, não se consegue o resultado correto. Gastamos muito com as “despesas de custeio”, que foram crescendo com o inchaço da máquina pública, no Executivo; no Legislativo e no Judiciário e o País quase não tem recursos para reinvestir no “instrumental produtivo nacional” e investir para a melhoria da qualidade de vida e nos segmentos estruturantes da economia.
Estamos “todos” viajando, já há muitos anos, a “curso forçado politicamente”, no mesmo rumo e direção. Se não alterarmos a rota da política econômica, com um sentido “politicamente correto” de enxugarmos os partidos políticos e os excessos de gastos nas “três esferas do poder”, continuaremos, sem qualquer possibilidade ou perspectiva de alterar o quadro degradante que temos, de baixo nível de educação, precária saúde pública, infraestrutura em fase de obsolescência, mediocridade em investimentos públicos, baixo ou negativo crescimento econômico, com o desemprego presente na vida de milhares de brasileiros e péssima distribuição da renda. Se a economia cresce, como neste ano, a falta de âncoras de sustentabilidade não nos garante a sua continuidade para os próximos anos seguidamente.
O País depende de “decisões políticas” para alcançar a direção necessária e imprescindível, o que, para tal, depende das reformas: Política; Administrativa; Tributária; Trabalhista e Previdenciária. É preciso avançar.
Messias Mercadante de Castro é professor de Economia no Unianchieta, membro do Conselho de Administração da DAE e Consultor de Empresas.