PROBLEMAS DE GRANDES CIDADES

A inviabilização progressiva das metrópoles já vem sendo tratada há
décadas por muitos especialistas, principalmente depois de 1960, quando
começaram a ficar claras as conseqüências do rápido aumento populacional e
da urbanização progressiva. Naquele ano a população do mundo era de 3
bilhões de habitantes, um crescimento de 2 bilhões em pouco mais de um
século. O primeiro bilhão levara milhões de anos para ocorrer, em 1830; o
segundo, menos de um século, em 1927; o terceiro, 33 anos. O quarto só
precisaria de 14 anos, o quinto de 13, o sexto de 12 anos. Já estamos aí pelo 6,7 bilhões. Embora as taxas de crescimento em quase toda parte tenham
caído muito, segundo os demógrafos da ONU chegaremos pelo menos a uns 8,5
bilhões em meados deste século, na maioria urbanizados. E no Brasil, com o
mesmo quadro básico, ainda iremos a uns 240 milhões de pessoas. As grandes
concentrações urbanas são fruto das atuais políticas públicas que não
incentivam a pequena agricultura, não estabelecem as populações no campo,
não assistem as periferias, não cobram impostos justos e proporcionais a
propriedade. A administração pública, em sua média, discute e cuida somente das conseqüências, não tratando as causas com seriedade. Vejamos um exemplo.
As metrópoles mergulharam, afinal, na discussão sobre o que fazer com seus
dramáticos problemas de trânsito que ameaça tudo inviabilizar. Muitos preços
terão de ser pagos, sejam quais forem os caminhos – não haverá só
ganhadores. Pode ser que os proprietários de automóveis tenham de concordar
com rodízios ou o transporte de carga seja mais restringido para certos
horários e custe mais caro; podem limitar o licenciamento; podem cobrar mais
impostos para viabilizar a expansão mais rápida do transporte de massa,
principalmente metrô e trem. Fica claro que se faz necessário terminar com o
tempo da inércia, da passividade, da incompetência. As aglomerações
populacionais transformam a vida de urbanos e rurais em um caos.