PROPINODUTO E REFERENDO

A “Revista ISTOÉ” revela na edição desta semana um grandioso esquema de
desvio de dinheiro das obras do Metrô e dos trens metropolitanos, montado
durante os governos do PSDB em São Paulo. Lobistas e autoridades ligadas aos
tucanos operavam por meio de empresas de fachada, segundo a publicação. “Ao
assinar um acordo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade),
a multinacional alemã Siemens lançou luz sobre um milionário “propinoduto”
mantido há quase 20 anos por sucessivos governos do PSDB em São Paulo para
desviar dinheiro das obras do Metrô e dos trens metropolitanos. Em troca de
imunidade civil e criminal para si e seus executivos, a empresa revelou como
ela e outras companhias se articularam na formação de cartéis para avançar
sobre licitações públicas na área de transporte sobre trilhos”, diz a ISTOÉ.
O problema é que a prática criminosa, que trafegou sem restrições pelas
administrações de Mario Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, já era alvo de
investigações, no Brasil e no Exterior, desde 2008 e nenhuma providência foi
tomada. A ISTOÉ diz também que esta rede criminosa tem conexões em paraísos
fiscais e teria drenado, pelo menos, US$ 50 milhões do erário paulista para
abastecer o “propinoduto” tucano, segundo as investigações concluídas na
Europa. O atual sistema político nacional deve ser reinventado. Julgo que o
Código Penal e todo Processo Penal devam ser revistos e garantir que todos
criminosos possam ir para traz das grades. A classe média, financiadora dos
avanços sociais que o Brasil conquistou nos últimos anos, foi quem iniciou
as manifestações populares. Farta de tanta bandalheira, detonou os
movimentos populares sem bandeira política. Aliás, uma das causas das
manifestações foi o descrédito aos três poderes e aos políticos. Ao
contrário da geração que lutou contra a ditadura, que tinha formação de
esquerda, a atual geração não é ideológica. Está muito mais interessada em
resolver questões com objetivo e de forma pragmática. Pode até fazer
demagogia, mas não é mais com a visão da esquerda. O Brasil precisa de um
refendo popular para dizer sim ou não para questões como voto facultativo,
quantidade de senadores por estado, redução do número de deputados
estaduais, federais e vereadores, acesso a cargos públicos exclusivamente
por concurso, redução do número de ministérios do governo federal, bloqueio
para partidos nanicos sem voto, fidelidade partidária absoluta, ampliação do
ficha-limpa, fim de todas as mordomias de integrantes dos três poderes,
cadeia imediata para quem desviar dinheiro público, redução do número de
funcionários do congresso, voto em lista fechada, maioridade penal aos 16
anos etc.