A QUESTÃO DO CONSUMO

Em uma palestra sobre a economia brasileira; sua trajetória e tendências, além do cenário econômico internacional, ao fim, um executivo perguntou-me sobre um fato que vem se materializando no mundo, acerca do “desinteresse” do consumidor em demandar novos bens, como, por exemplo, imóveis, automóveis e outros itens objetos de obsolescência técnica planejada.

Essa questão, que relativamente vem ocorrendo em alguns países, ficou em minha memória e, após uma reflexão com maior profundidade, posso conjecturar sobre o assunto e registrar posicionamentos, como abaixo:

A retração na procura de bens, pode ocorrer em função de duas realidades: uma objetiva e a outra, subjetiva. A objetiva, pode ocorrer em decorrência do aumento do desemprego e conseqüente perda de renda, como acontece no Brasil, além das dificuldades vividas pelas empresas e o subemprego dos trabalhadores, que jogam para baixo a confiança dos consumidores e empresários.

São fatos reais que em um ambiente de “salve-se quem puder”, levam a demanda de bens à racionalidade de comprar-se apenas o que se pode comprar e não o que se desejaria comprar. A indefinição na economia provoca também uma atitude defensiva por parte das pessoas e famílias que poderiam consumir mais.

A subjetiva, decorre do amadurecimento, que vem ocorrendo no mundo, de que o “bem estar” pessoal e familiar, deve prevalecer sobre o status social e aparências exógenas. Há uma consciência de que a simplicidade no modo de viver, com conforto desejável, deva ser mais importante do que outra qualquer concepção de vida.

Entrementes, fato posto, questões adjacentes precisam ser consideradas nessa etapa do nosso tempo:

A dinâmica do QRP – Quociente de Reprodução Populacional, nos mostra, apenas para citar como exemplos, dois países “baleias”, (com alta densidade demográfica), como a China, com 1,4 bilhão de pessoas e a Índia, com quase l,3 bilhão de pessoas, tem o poder de influenciar as decisões do “consumo” no mundo. A verdade é que o comportamento do consumidor é dinâmico e não estático. Ele pode variar e varia no tempo e no espaço. É como uma onda no mar, que pode mudar de intensidade e de direção, em velocidade.

Para concluir, com um raciocínio relativo e não absoluto, registro a minha ponderação de que a evolução quantitativa e qualitativa das gerações do presente e do futuro, moldarão, ao seu tempo e dinamicamente, a tendência do consumo mundial de bens supérfluos. A verdade é que oscilações ocorrerão , mas o consumo, em geral,  se perpetuará enquanto vivermos.

MESSIAS MERCADANTE DE CASTRO é Professor de Economia do Unianchieta e autor do livro “O Gerenciamento da Vida Pessoal e Empresarial” – Ed. M. Books – Mercadante Consult. Empresarial – E-mail: messiasmercadante@terra.com.br

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