O Brasil precisa de muita coisa que depende de cada um de nós. É uma nação privilegiada. Recebeu um patrimônio natural que garantiria o destino digno de sua gente, não fosse tão maltratado. Não há outro país que tenha oito mil quilômetros de um litoral tão magnífico. Há de tudo: praias para surfe, praias mansas, litoral de falésias, matas e montanhas. Areias de todas as cores. Riqueza exuberante.
O exemplo do litoral norte paulista é de causar inveja ao Velho Continente, onde as praias são íngremes, a areia é quase pedrisco e machuca os pés. Águas geladas mesmo no verão. E o que fizemos de nosso litoral?
A mesma reflexão poderia ser feita a respeito de nossas florestas, de nossos rios, de nossa biodiversidade. Da flora esplêndida, uma fauna estupenda. Clima favorável e solo fértil, “onde se plantando, tudo dá”. Lembra a velha piadinha que deveria terminar com lágrimas e não gargalhadas “Veja o povinho que eu coloquei lá”?
Pois chegamos a um instante dramático da nacionalidade. Um país que gasta mais do que produz. Um país que paga fortuna pelo chamado “serviço da dívida”, os juros por empréstimos contraídos não se sabe exatamente para quê.
Um país que precisa oferecer futuro digno para a sua infância e juventude. Não cuidou como deveria de imprimir consciência à população, convencendo-a de que uma nação é o conjunto de todos os seus habitantes. É a vontade de permanecer junto, é a noção de pertencimento, é a tradição dos antepassados, o orgulho por sua História.
E isso não é governo quem faz. É cada cidadão. O governo é mero representante. O representado é quem o elege e deveria fiscalizá-lo.
O momento é trágico, porque o Estado não cabe no PIB. O custo da máquina pública excede em muito a capacidade brasileira de produzir. Chegará o dia triste em que as obrigações não poderão ser satisfeitas. Assim como já ocorre em alguns estados da federação. A situação dos municípios não é diferente. É urgente que todas as pessoas de bem procurem oferecer trabalho, esforço redobrado, sacrifício e propostas para sair da crise.
Sensatez, prudência, juízo e serenidade. Algo que nem sempre transparece na postura de quem critica, reverbera, reclama e exige de um governo que ele mesmo elegeu algo que depende, na verdade, da consciência reta de cada cidadão.