Como discutido outrora nesse espaço, o resultados das últimas eleições surpreenderiam por conta da participação maior dos eleitores no dia a dia da política. A acessibilidade, conectividade e interatividade fizeram a diferença, deixando para traz rádio, tv, cartazes e cabos eleitorais. Com pouco dinheiro pôde-se eleger candidatos íntimos a suas comunidades sociais. Facebook, Twitter e até Orkut, somados aos movimentos sociais fizeram a diferença no esclarecimento dos eleitores. A partir dai o povo adquire mais memória. Mudanças radicais na escolha e qualificação dos candidatos e principalmente a “ficha limpa”, resultaram em renovações dramáticas dos quadros políticos como nunca assistidos no País. Nossa região que o diga, por enquanto, é o caso de Campo Limpo Paulista, Itupeva e Jarinú.
Em Jundiaí, o pleito para prefeito foi levado milagrosamente a um segundo turno por cerca de quatro dezenas de votos. Ao se confirmar essa tendência poderemos ter o fim da hegemonia de duas décadas de comando do PSDB. Como em Jundiaí que o voto foi de protesto, outras muitas localidades assim o fizeram. Aos prefeitos caberá apresentar o plano de governo e convencer os vereadores de oposição de sua coerência. A alternância dos quadros políticos e do poder são bases da democracia. Outra novidade serão as articulações que deverão ser realizadas para suportar as oposições que em maioria tomaram posições, sem elas não haverá governo eficiente. O eleitor focou em questões antes tidas como pequenas, assim como creches fechadas, matagais tomando conta dos bairros, transporte público precário, promessas de campanha não cumpridas, mentiras e trânsito ruim. Um amigo chegou a mencionar que iria votar no prefeito da situação, até que depois de 40 minutos de congestionamento para chegar a urna, resolveu trocar de candidato… sic.
As redes sociais e a comunicação farta e sem fronteiras farão com que velhas raposas da política nacional e mundial tenham que rever seus conceitos. As eleições municipais desse ano darão um tom diferenciado às eleições presidenciais de 2014. Já ficou claro que os candidatos terão que rever seus modelos carcomidos de divulgação e coleta de intenção de votos. A presidenta Dilma (PT), pré-candidata antecipada à reeleição, tem à máquina pública a seu favor. Aécio Neves ( PSDB) tem a seu favor os insatisfeitos com o regime instituído nos últimos 10 anos e o resultado do julgamento da compra de votos do “Mensalão”. E os outros candidatos, o que terão a seu favor? Quem sabe a força avassaladora das redes sociais, também sabe que terão muita força. Ganha a democracia brasileira, ganha o povo.
