SE NÃO INVESTIMOS, NOS ATRASAMOS.

É princípio fundamental e, ao mesmo tempo, elementar, que uma pré-condição para que um país tenha um processo de desenvolvimento econômico sustentável, é que a taxa de investimentos públicos na infraestrutura nacional, seja superior à taxa de crescimento populacional.

A constante ocorrência desse fato, subjacentemente, promoverá também um ciclo crescente na qualidade de vida da sociedade.

Um círculo virtuoso dos investimentos públicos – União, Estados, Municípios e Empresas Estatais, estimularão para que concomitantemente, também os investimentos privados oriundos de capitais nacionais e internacionais, se materializem, crescentemente no país, criando assim, o que denominamos de “multiplicador de desenvolvimento econômico”, um importantíssimo ciclo em que a economia amplia, em decorrência dos investimentos, a produção; os empregos e rendas e o consumo, de forma ascendente, sucessivamente.

Se é tão claro e óbvio assim, podemos perguntar por que o Brasil não consegue praticar essa política? A resposta, é que somos reféns de duas condicionantes que estrangulam a economia brasileira: o permanente estado de déficit, que acontece recorrentemente há muitos anos e a elevada dívida mobiliária do Setor Público (dívida interna), que supera R$ 6,5 trilhões e que sobe anualmente, em proporção do PIB – Produto Interno Bruto, alimentada pelos déficits públicos que, em 2020 deve se posicionar em cerca de 93% do PIB. Tal situação representa um grande desafio para a atual geração mas, mais desafiadora ainda para as próximas gerações, com o desemprego e o empobrecimento. O País precisa, o quanto antes, encontrar soluções que possibilitem o destravamento desses gargalos que oprimem a nossa economia e o nosso povo. Ou vamos enfrentar de frente esses dois gargalos: Déficit e dívida pública, buscando suas causas nas origens e implementando soluções, senão vamos reconhecer a nossa incapacidade e continuar sacrificando a sociedade brasileira.

A primeira questão: Por que temos déficit público primário todos os anos (ainda sem os juros sobre a dívida interna)? Qual o peso dos entes federativos nesses déficits (Municípios, Estados e União)?. Quais as despesas que mais oprimem seus orçamentos? A quem interessa a existência de um grande número de municípios que nunca conseguiram receitas para cobrir suas despesas?

A segunda questão : Além da somatória de déficits públicos; de juros elevados sobre a dívida; baixo crescimento econômico com efeitos negativos sobre a arrecadação, o País precisa auditar analiticamente a estrutura do perfil da dívida pública interna, para buscar uma solução sustentável, de forma que o Setor Público, em suas três esferas, possa voltar a investir em nosso País.

Messias Mercadante de Castro é professor da Unianchieta e Consultor de Empresas.