Uma das maiores preocupações do brasileiro é com a segurança. Há uma sensação de insegurança produzida por uma série de fatores, dos quais o menor não é a divulgação das más notícias. Sensação até exagerada, considerados os índices toleráveis do que acontece em conurbações insensatas como a Grande São Paulo. Ocorre que as boas práticas não merecem a mesma divulgação. E a inércia, que costuma reinar na Administração Pública, prepondera nessa área. É preciso renovar as estratégias. Não permanecer na defesa e partir para a proatividade.
Chego a sugerir que a Polícia Militar, aquela que tem a incumbência do policiamento preventivo e que está na trincheira dos acontecimentos, treine policiais para um contato mais próximo com a população. Conheço excelentes quadros milicianos que têm formação superior, talento e condições hábeis a um projeto de comunicação eficiente. Por que não fazer com que esses agentes promovam encontros em escolas, sedes de comunidades de bairros, igrejas e clubes e mostrem o que a população pode fazer para ajudar a combater o banditismo e a delinquência? Afinal, a segurança pública é responsabilidade também da sociedade e esta não pode permanecer alheia, enquanto o cidadão comum sente-se desprotegido, alvo fácil de investidas de drogados e de outros indivíduos que se desviaram do bem e passaram a trilhar a sombria sina da criminalidade.
A polícia precisa ficar próxima à comunidade a que serve. O Tribunal de Justiça já adotou uma política de prestigiar o PM que ficará vinculado a cada uma das unidades judiciárias em funcionamento pelo Estado de São Paulo. Radicar o profissional da segurança a um ambiente que passe a conhecer e pelo qual dependerá dele ser respeitado e objeto de afeição e admiração é uma receita menos dispendiosa do que arquitetar utópicos projetos que não resultam em eficácia e deixam o panorama tão desalentador como antes deles.
Fonte: Diário de S. Paulo | Data: 03/09/2015