TEMER, COMEÇOU MAL

O ministro da Educação Mendonça Filho (DEM-PE), depois de enfrentar
protestos da elite artística, informou no sábado (21) que o presidente em
exercício Michel Temer (PMDB-SP), decidiu recriar o Ministério da Cultura.
O novo ministro será Marcelo Calero, advogado e ex-diplomata. Com a decisão,
a Cultura deixa de ser uma secretaria e não ficará mais subordinada ao
Ministério da Educação. Com a recriação do Ministério da Cultura, Temer
começou mal, mostrando fraqueza e sua tendência a ser um pouco do mesmo. Na
verdade, foi pressionado como todos sabem pelo Presidente do Senado e
candidato a presidiário Renan Calheiros (PMDB-AL) e pelo “ex quase tudo,
Coronel” José Sarney (PMDB- MA). Há quinze anos tínhamos Ministérios, hoje
temos “Mistérios” onde recursos são surrupiados. A existência ou não do
Ministério da Cultura nada tem haver com a ira da elite artística, tem
relação sim com milhões que desaparecem ou são direcionados a apaziguados.
A concessão e distribuição dos recursos é notoriamente desigual e sempre
privilegiou os “amigos do rei”. Artistas como Chico Buarque, Gilberto Gil,
Caetano Veloso, Wagner Moura e alguns poucos outros “mamam nessas tetas” há
muitos anos. Qual a diferença da Cultura ser independente ou se subordinar
ao Ministério da Educação? Apenas o controle e a destinação das verbas de
incentivo. Como ministério, a Cultura manterá sua elite subserviente
arrefecida com generosas verbas. Inacreditável é ninguém fazer protestos
pela extinção de 27 mil leitos nos hospitais, para 1,3 milhão de empresas
que fecharam suas portas, para os 11 milhões de desempregados e cerca de 45
milhões de pessoas sem renda no Brasil da Presidente afastada Dilma
Rousseff. Também não assisti protestos a favor da abertura das contas do
cartão corporativo da mandatária afastada. Em janeiro de 2015 tais gastos
ultrapassava R$ 18 milhões. Por que os artistas não o fizeram no Festival de
Cannes? As vésperas do relançamento do livro de Willian Napier, sobre o
líder Uno “Átila, o Flagelo de Deus”, Editora Record, poderemos no futuro,
caso nada mude, ler a bibliografia de “Temer, o Frouxo”. O chanceler José
Serra mencionou na semana passada que o “governo Temer não tem a opção de
fracassar, tem que dar certo.” Verdade! Não temos políticos de estimação e
ficaremos de olhos atentos a tudo que virá.