Convencer as pessoas de que ter armas é melhor do que não ter é a toada dos armamentistas. Eles são intolerantes em relação a quem abomina o uso da arma de fogo. Pior ainda, quanto a radicais – como eu – que acham que alguma coisa fabricada para matar nem deveria existir. Logo após mais uma chacina americana, agora com muitas crianças vitimadas, renasce o movimento frágil daqueles que são contra a venda indiscriminada de arma para o americano “se defender”.
Um jornalista que ousou contrariar o lobby dos fabricantes de armas teve sua cabeça a prêmio. Os ativistas pró-armas pediram à Casa Branca a deportação do britânico Piers Morgan, âncora da CNN. Isso porque num debate, ele afirmou que Larry Pratt, Diretor da Associação de Donos de Armas dos EUA, era um homem “perigosos”. Para o lobista, a chacina que matou 20 crianças e 6 adultos só foi possível porque a escola era um local sem armas.
Para ele, “os índices de homicídio são muito baixos onde as armas podem ser levadas livremente. Nós só temos problemas nas cidades e, infelizmente, nas nossas escolas, porque pessoas como você foram capazes de aprovar leis que impedem as pessoas de se defender”. O jornalista afirmou que isso era uma estupidez. Onde estão as estatísticas a comprovar que o uso de armas reduz a violência?
Ao contrário, é até intuitivo que aquele que possui arma de fogo vai se utilizar dela quando necessário. E existe vasto material já coletado na rotina forense e policial a demonstrar que o inocente portador de armas é um fornecedor gratuito de armamento para a bandidagem. Esta é profissional. O “homem de bem”, com armas “para se defender”, não sabe como evitar o golpe de quem se apodera de revólveres e pistolas dos jejunos.
Enquanto houver armas à vontade – e estamos num país onde consta existir um “Estatuto do Desarmamento” – os crimes violentos continuarão a ocorrer. Desarmar não é a solução, mas um eficiente paliativo.
Quantas as mortes que teriam sido evitadas se o assassino tivesse sido abordado e sua arma apreendida? O jornalista inglês ainda não foi expulso. Respondeu com a liberdade de expressão, também contida na mesma Constituição que permite ao americano possuir arma de defesa.