TRABALHO E EMPRESAS FAMILIARES

No dia 1º de maio de 1886, em Chicago, milhares de
trabalhadores foram às ruas reivindicar melhores condições, entre elas a
redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Neste mesmo
dia uma greve geral ocorreria. Dois dias após, de forma brutal, os
policiais começassem a atirar matando doze trabalhadores e ferindo dezenas.
Para homenageá-los, a segunda “Internacional Socialista” de 20 de junho
de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho. No Brasil a data é comemorada
desde 1895, porém, foi somente em setembro de 1925 que a data tornou-se
oficial. Empresários são empreendedores, por tanto trabalhadores. Estima-se
que existam hoje entre 85% de empresas familiares no Brasil. As empresas
familiares surgiram no Brasil no início século 14 com as Capitanias
Hereditárias. Em conjunto com as Capitanias o Brasil recebeu as Companhias
Hereditárias, que podiam ser transferidas por herança aos herdeiros dos
capitães administradores das Capitanias. As empresas familiares não são
necessariamente desorganizadas e amadoras. A questão do profissionalismo e
conseqüente sucesso de uma empresa familiar é resultado da maturidade,
espírito de preservação e planejamento dos fundadores. Para a continuidade e
o sucesso desse tipo de empresa, a família precisa saber separar o
profissional do pessoal. Separar o ambiente empresarial do quintal de casa é
uma boa medida para iniciar a profissionalização. O segundo passo é um bom
plano de sucessão familiar. A história apresenta inúmeros casos de empresas
familiares que não se profissionalizaram e fracassaram inclusive na
colocação dos herdeiros no poder, tendo como resultado o desaparecimento.
Para perenizar as empresas familiares devem-se definir metas e um bom plano
de sucessão que inclua uma firme missão para fundadores e herdeiros.
Importante lembrar que numa empresa familiar, as raízes da cultura e os
valores familiares sempre afloram. Devem-se diferenciar os interesses da
família dos da empresa. Quando pergunto a empresários porque seus filhos não
o acompanham em sua sucessão, a resposta é que os filhos não se interessam.
Imediatamente quando questiono os herdeiros ouço o óbvio. “Meu pai é
centralizador e nos trata com idiotas nos impedindo de trabalhar”. Para as
empresas familiares continuarem vivas a partir da nova realidade econômica
global se faz necessária profissionalização e perenização.