UMA DIFICIL TRAVESSIA, MAS POSSÍVEL.

Nessa difícil etapa para o conjunto da economia mundial, guardadas as proporções e os problemas de cada país, é difícil projetar uma inflexão na curva do baixo desempenho econômico global, que seguirá sua trajetória de queda de aproximadamente 4% / 5% no PIB – Produto Interno Bruto mundial.

No Brasil, temos questões preocupantes que travam a economia brasileira, como a elevada dívida do Setor Público – União, Estados, Municípios e Empresas Estatais, que deverá superar a proporção de 95% do PIB – Produto Interno Bruto neste final de 2020. Muito preocupante, dado a dificuldade fiscal do orçamento público, com despesas certas e inflexíveis e receitas instáveis que, como resultado para 2021, podem gerar déficit primário (ainda sem os juros sobre a dívida) e elevar o endividamento do País a níveis proibitivos, superiores a l00% do PIB, o que afugentará investidores internacionais e que, sem alternativas, o Banco Central do Brasil terá que aumentar a taxa básica de juros para continuar financiando, no País, a dívida interna.

O aumento da taxa básica de juros – a Selic, além de agravar as despesas no orçamento público, provoca retração na atividade econômica. Induzindo a redução dos investimentos e ampliando o desemprego.

Já temos no País, sem uma renda definida, cerca de 50 milhões de pessoas em dificuldades: os desempregados (14 milhões); os desocupados (26 milhões) e subutilizados (10 milhões).

A injeção de recursos na economia, de cerca de R$ 250 bilhões pelo Governo Federal está quase se esgotando: o auxílio emergencial de R$ 600,00, para os remanescentes está se finalizando, a partir deste mês, passará para R$ 300,00 mensais, até dezembro. Os saques dos PIS/COFINS, FGTS; a ajuda a Estados e Municípios e os empréstimos às micros/pequenas e médias empresas, foram vitais e ainda refletem positivamente no mercado. Nova linha de R$ 20 bilhões está sendo trabalhada no BNDES.

O grande desafio para a economia brasileira é que os reflexos dessas ações tendem a se esgotar no início do próximo ano e se a pandemia do novo coronavirus-19 não arrefecer, poderemos ter uma nova onda de paralisia na atividade econômica.

Novas alavancas podem vir com as reformas Administrativa/Tributária e, em especial, com a viabilização do programa Renda Cidadã. Precisamos avançar.

Messias Mercadante de Castro é professor da Unianchieta e gestor de desenvolvimento econômico, ciência e tecnologia da Prefeitura de Jundiaí.