VELHOS E NOVOS POLÍTICOS

O velhos políticos insistem em perdurar com a velha política do
“troca troca”. Existe uma luta em curso, os novos agentes que crêem num País
Republicano e democrata versus os velhos agentes acostumados com um País de
alguns e de corporativistas. Nesse cenário entra em cena o governo Temer,
como já previsto um pouco do mesmo, cercado de “velhas raposas que não
largam o osso”, lutando contra os que promovem os bons ventos das mudanças.
Mas a verdade é que em outros campos há também resistência. É o caso da
resistência contra a limitação dos gastos do governo, das reformas
indispensáveis da previdência, das relações trabalhistas, das investigações
e punições. Naturalmente podemos ter uma ou outra trombada, veja o caso que
envolveu o valoroso Ministro do Supremos Tribunal Federal (STF) Marco
Aurélio Mello, precipitado errou no caso do afastamento do Senado Renan
Calheiros. Para acabar com a lambança, o valoroso STF agiu como Poder
Político e não como fiscalizador do cumprimento das leis. Os governos
Jucelino Kubischek e João Goulart eram acusados de corrupção. É possível até
dizer que os oficiais da Aeronáutica que promoveram a Revolta de Aragarças
achavam a corrupção intolerável e não entendiam por que os brasileiros não
se indignavam. No período Goulart havia uma forte ligação entre sindicatos e
governos. Movimentos independentes no setor só surgiram no fim da década de
1960, com as greves de Osasco e Contagem. Na época anterior à ditadura, como
agora, as denúncias de corrupção pareciam ser apenas um contraponto
oposicionista e figuram como um episódio lateral ao impulso
desenvolvimentista de JK ao projeto de reformas de base de Goulart. O
pensamento da esquerda é semelhante. Para ela, a floresta é o
desenvolvimento com distribuição de renda. O projeto de desenvolvimento
recheado de corrupção não é sustentável, porém venho percebendo que parte
dos brasileiros acha que a corrupção é um preço que se paga ao
desenvolvimento. Um setor da esquerda não somente acha isso, como confere
uma qualidade especial ao desvio de dinheiro para causas políticas: “os fins
justificando os meios”. É um problema deixar de se indignar com uma
corrupção que mata, como na saúde e nos transportes, e aniquila sonhos, como
na educação. Mas também é um problema indignar-se voltar para casa de mãos
vazias.