A Fundação Getúlio Vargas fez mais uma pesquisa nacional no primeiro trimestre de 2012. Apenas 3 instituições gozam da confiança do brasileiro: Forças Armadas – 73% – Igreja Católica – 56% e Ministério Público – 55%. Já não conseguiram média as Grandes Empresas – 45% – a Imprensa Escrita – 44% – e o Poder Judiciário – 42%. Menos credibilidade ainda merecem o Governo Federal – 40% – A TV – 33% – Vizinhos – 30% – o Congresso Nacional – 22% e os Partidos Políticos – 5%.
Apurou-se ainda que, quanto mais pobre, menos o cidadão confia na polícia; 77% das pessoas que ganham até dois salários mínimos não acreditam nas forças policiais. Vivem nessa faixa de renda 46,3% dos brasileiros. Isso significa que de cada 5 pessoas, 3 não acreditam na polícia. Ora, polícia é considerada “justiça” pelo cidadão comum. Se a desconfiança na polícia é grande e a credibilidade do Judiciário é abaixo da média, as coisas não vão bem. E isso tem sua razão de ser.
Não há prevenção, mas apenas repressão. Tanto na polícia como no Judiciário. Por que o Ministério Público, integrante desse conceito “Justiça”, está bem situado? Por que o MP é corajoso, destemido ao afrontar os poderosos que praticam delitos, os infratores ambientais, os necessitados de internação, medicamento ou próteses. De uma instituição à busca de um destino, há quatro décadas, a partir de 1988 o MP se consolidou como verdadeiro defensor da Democracia, da cidadania, da população enfim.
Como reverter esse quadro? Mediante resultados. Não adianta o discurso. Nem invocar soberania, sustentar privilégios, ser leniente com os que não trabalham, procurar vantagens, lutar por orçamentos melhores, sem projetos que multipliquem a capacidade de resolver os problemas do povo. Os tempos são outros. A verdade transparece e só a verdade constrói. Qual o custo da Justiça?
Ela resiste a uma equação de custo/benefício? Como otimizar sua performance? É para isso que se convoca toda a lucidez da nacionalidade, principalmente aqueles que fizeram a revolução na empresa e que encontraram soluções para uma sobrevivência sem desfalcar o Erário. Reconstruir o sistema de Justiça, torná-lo eficiente e funcional é o grande compromisso brasileiro para este século.