Como seria bom para o ambiente se o “desmatamento zero” fosse uma verdade, um compromisso e não uma intenção retórica. Como seria bom se o artigo 225 da Constituição da República fosse de fato observado e não mera proclamação. Como seria bom se a Encíclica do Papa Verde, Francisco, fizesse as pessoas refletirem sobre os contínuos e inclementes maus tratos infligidos sobre a natureza.
Mas a verdade é que as expectativas em relação ao acordo que o Brasil celebraria com os Estados Unidos na recente visita presidencial se frustraram. Nada mais do que o mesmo. Insosso, inconsistente, falível e falacioso. Velhos propósitos de redução do desmatamento. Como se algo de efetivo estivesse a ser feito para coibir a devastação acelerada.
Como seria bom se a educação ambiental fosse uma política pública séria, a envolver todas as pessoas, todos os entes estatais, todas as organizações, empresas, grupos e instituições. Não. Há uma lei, há alguns esforços desconcentrados. Mas o que se vê por todo o lado é o lixo crescente, produzido por uma sociedade que faltou à aula dos deveres. Só esteve presente à aula dos direitos.
Qualquer País do Velho Mundo ostenta uma limpeza que envergonha o brasileiro. Passar pelo centro de São Paulo é encarar a indigência. Não apenas a miséria humana, de seres excluídos que se apossaram dos passeios, dos desvãos, dos becos, dos baixios dos viadutos. Mas a miséria da sujeira. Patrimônio histórico e arquitetônico inteiramente conspurcado. Pichações, resíduos sólidos produzidos pela insensatez amontoados e atraindo insetos, roedores e todo o tipo de pestilência. Pobre São Paulo! O que fizeram de você?
Fotografias de algumas décadas passadas mostram um centro limpo. Pessoas dignamente vestidas. Homens de paletó e gravata. Mulheres de luvas e chapéus. Onde foi parar a civilização paulistana? Tudo levado de roldão por um consumismo egoísta, por uma convivência mesquinha e imediatista. Como seria bom se conseguíssemos retomar a trajetória da civilização em vez de chafurdar no declínio dos valores, dos costumes e da estética. Tão próxima e tão distante da ética.