PRESIDENTE OU PRESIDIÁRIO?

Hoje a pergunta que mais vem se faz é se os brasileiros precisam de Lula
presidente em 2018, ou se Lula precisa da presidência para escapar da
cadeia. Lula e o juiz Sérgio Moro ficarão cara a cara pela primeira vez em 3
de maio. O chefão petista é réu por cinco vezes – sendo três ações penais
relacionadas à Operação Lava Jato. Governar o Brasil não é fácil. Fernando
Henrique Cardoso teria dito no início de seu primeiro mandato em 1995, que
estava tirando o trabalho de letra. FHC teve oito anos para se arrepender
da bravata. Passou sua gestão inteira sendo duramente castigado pela
“malvada da realidade”. O curioso é que todos os governantes da nossa
História republicana, de Deodoro a Temer, passando por Getúlio Vargas, JK e
todos os generais, iniciaram suas gestões com a convicção de que iriam se
sair muito bem. Boas idéias e ótimas intenções nunca faltaram. E puxa sacos
para exaltá-las, também não. Enquanto ainda houver vagas por preencher e
verbas a serem alocadas, ninguém ousará falar mal do governo. A visão
crítica ficará restrita á imprensa e às oposições. É o que se espera delas
numa democracia. Os percalços começam a surgir quando o governante percebe
que quase não tem mais munição. Todos os recursos já foram empenhados, não
há mais empregos a oferecer: dali em diante, só por substituição – seja de
pessoas, seja de rubricas. O enxovalhamento e o achincalhe dos agora
ex-amigos, “magoados com tamanha ingratidão”, são previsíveis. Minha
iniciação no universo da política se deu em pleno regime militar, nos tempos
de Geisel. Naqueles tempos, acompanhava o noticiário político. Não havia
eleições diretas para presidente. O titular que saía indicava o sucessor,
que se tornava o candidato oficial do partido do governo, o qual tinha
maioria no Congresso, que era quem “elegia” o novo mandatário. A gente
ficava sabendo quem seria o próximo governante com pelo menos um ano de
antecedência, tempo para engolir a idéia. Mas, como ser popular? Lula sabe
muito bem, mas existem novidades que o “poderoso chefão” não gosta nem em
pensar. Primeiro se Lula vai escapar de condenações em duas instancias até
as eleições 2018. Segunda questão é que o povo agora tem memória. As redes
sociais estão diuturnamente informando, e o povo não tolera mais um pouco do
mesmo. Acho que dessa vez Lula vai se frustrar. Lula será presidiário em
2018 e não presidenciável.